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Andressa toma a frente em negócios de Cachoeira

EXCLUSIVO! Engenheiro que aparece em quebra de sigilo de empresa fantasma relata pressão da mulher do contraventor para receber dívida contraída junto ao esquema de agiotagem do grupo. "Tem muita gente que não me leva a sério porque sou mulher de homem preso. Mas eu vou resolver", teria dito a "musa", segundo o relato de Martiniano Cavalcante. Membro da direção nacional do PSol, ele afirma que não vai admitir manipulação do episódio para atingir o partido. "Não vão jogar minha honra e meu caráter na mesma vala onde chafurdam quadrilhas que saqueiam os cofres públicos"

Andressa toma a frente em negócios de Cachoeira (Foto: Divulgação)
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Goiás247_ A cobrança de uma divida de um empréstimo a juros feito ao engenheiro Martiniano Cavalcante coloca Andressa Mendonça de novo no foco das investigações do esquema do marido, o contraventor Carlinhos Cachoeira. De posse de um cheque emitido pelo engenheiro no valor de R$ 200.816,0 como garantia do pagamento de um empréstimo contraído em dezembro de 2011, Andressa, alegando dificuldades, pressionou até que o cheque fosse compensado, no dia 3 de julho de 2012.

A suspeitas de que Andressa estaria à frente do esquema após a prisão do marido se deram após denúncia do juiz Alderico Rocha Santos, da 11a Vara da Justiça Federal, de que a mulher de Cachoeira o teria chantageado para que ele expedisse um alvará de soltura do bicheiro. Andressa ameaçou divulgar um dossiê contra o magistrado através de contatos da revista Veja. Andressa chegou a ser convocada a depor ma CPMI do Cachoeira após a revelação da chantagem, mas permaneceu em silêncio por força de um habeas corpus expedido pelo Supremo Tribunal Federal. Agora, o Goiás247 teve acesso com exclusividade a novo indícios de que Andressa continua atuando à frente da organização.

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A história toda começa quando Martiniano, microempresário da construção civil, por recomendação de um amigo do mesmo ramo, decidiu recorrer aos serviços de agiotam de Cachoeira para saldar dívidas da empresa, que possui 10 funcionários e trabalha com a construção de moradias populares. O depósito de R$ 200 mil foi feito na conta de Martiniano em dezembro de 2011, através de uma transferência bancária no dia do empréstimo.

Abaixo, documento na Caixa Econômica Federal atestando o recebimento dos valores da Adécio & Rafael

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O relatório da Caixa logo abaixo mostra que todos os cheques do talão emitido em 6 de dezembro de 2011 foram compensados até 30 de janeiro de 2012. A única exceção foi o cheque de número 900065, dado como garantia do empréstimo, compensado em 3 de julho de 2012. Martiniano afirma que isso é a prova de que não houve uma versão montada para justificar o depósito da Adécio & Rafael em sua conta.

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Com a deflagração da Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro de 2012, Martiniano procurou identificar a origem do depósito dos R$ 200 mil, feito através da Adécio & Rafael Construtora e Incorporadora, identificada pela CPMI do Cachoeira como uma das empresas abastecidas com repasses da Delta Engenharia.

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Em maio, Martiniano recebeu um telefonema de Andressa Mendonça. A mulher do contraventor dizia que precisava depositar o cheque, pois estava passando por dificuldades. O engenheiro disse que quando tivesse condições de pagar gostaria de fazer  o depósito na mesma conta de que tinha recebido a transferência, da Adécio & Rafael, solução rechaçada com veemência por Andressa, já quer as contas da empresas estão bloqueadas. Em contatos posteriores, Andressa teria relatado a Martiniano as dificuldades que vinha enfrentado desde a prisão de Cachoeira. “Tem muita gente que não me leva a sério porque sou mulher de homem preso. Mas eu vou resolver”, teria dito ela, segundo relatou o engenheiro ao Goiás247.

Diante do impasse e sem saber qual seria o destino do cheque que avalizou a transação, Martiniano sustou o cheque. Ato contínuo, Andressa apresentou o documento, num depósito em sua conta bancária pessoal, no Banco Bradesco de Goiatuba, sua cidade natal. Pressionado e temendo possíveis represálias, Martiniano retirou a contra ordem e autorizou a reapresentação do cheque, que foi enfim foi compensado no dia 3 de julho.

Abaixo, a contra ordem sustando o cheque e sua posterior suspensão.

Nos dias que se seguiram, Andressa ligou várias vezes cobrando o pagamento do cheque e reclamando do sustamento. “O impasse se tornou insustentável até que no dia 26 de junho cancelei a contra ordem. No dia 27 o cheque foi apresentado nominalmente à senhora Andressa Alves Mendonça e devolvido por falta de fundos (primeira devolução). Finalmente, no dia 3 de julho, o cheque foi reapresentado na compensação e pago. Recebi ainda, uma ligação dela cobrando a diferença dos juros que ainda hoje não consegui pagar e que já somam mais de R$ 6.600,00. Mas pretendo pagar o mais breve possível”, afirma o engenheiro.

Abaixo, cópias do cheque devolvido e posteriormente compensado e os relatórios da Caixa relativos ao trâmite do documento.

 

Vala comum

Membro da direção nacional do PSol, Martiniano Cavalcante afirma que não tem qualquer relação com Cachoeira além de ter recorrido aos serviços de agiotagem do contraventor em um momento de dificuldade financeira para manter sua micro empresa, pagar folha de salários, décimo terceiro e fornecedores. Afirmou, ainda, que não vai admitir que o episódio seja manipulado politicamente por inimigos que tudo farão para jogar o seu partido na “vala comum” dos envolvidos com a organização criminosa. “O PSol nada tem a ver com isso. Eu sempre defendi, inclusive na televisão e em atos públicos, cadeia para todos os envolvidos, mas todos mesmo. É obvio que o Cachoeira é uma das peças dessa engrenagem criminosa, mas eu nem creio que seja a mais importante. Não é explicável que ele e o Demóstenes (Torres), que era da oposição, tenham conseguido sozinhos transformar a Delta na maior empreiteira do PAC. E como explicar que essa empresa seja também a maior financiadora individual da campanha de Dilma à presidência como a imprensa noticia?” questiona.

“Eu não tenho mandato, não exerço nenhum cargo público, não sou empreiteiro de obra da União, estados ou municípios. Nunca prestei nenhum tipo de serviço para qualquer empresa desse grupo, não tenho nem nunca tive convivência e muito menos amizade com ninguém dessa turma. Não tenho nada a esconder e o dinheiro que tomei em prestado recebi na minha conta pessoal e eu paguei mais R$ 20 mil de juro até agora. Isto me dá tranquilidade para levar adiante a minha história de militante político de esquerda iniciada há 36 anos durantes os quais sempre combati de maneira intransigente a corrupção por considerá-la um câncer da democracia”, defende-se Martiniano.

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