Ao lado de Serra, Sartori faz último ato na capital

Jaqueline Silveira
Sul 21 - Um ato político no Largo Glênio Peres no começo da noite desta terça-feira (21), na Capital, encerrou a campanha do segundo turno em Porto Alegre do candidato ao governo do Estado pela coligação O Novo Caminho para o Rio Grande, José Ivo Sartori (PMDB). Antes, os militantes e aliados fizeram uma caminhada junto com Sartori e o senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB).

A atividade partiu da Praça Argentina, no Centro, passando pelas avenidas Salgado Filho e Borges de Medeiros. Com bandeiras de Sartori e do candidato à Presidência apoiado pela coligação, Aécio Neves (PSDB), centenas de militantes se revezaram nos gritos de “Sartori, Sartori” e“Aécio, Aécio”. Mas a frase mais cantada pela militância durante o trajeto até o Largo Glênio Peres era “Adeus, PT”!. Organizadores fizeram um cordão humano tentando proteger o candidato, que carregava junto com Serra e deputados eleitos uma faixa com a frase “Caminhada da mudança”.

No Largo, um caminhão foi transformado em palanque para os discursos do Senador Pedro Simon (PMDB), de Serra e de Sartori. Antes, foi pedido para os militantes balançarem os braços enquanto todos que estavam no palanque abriam os braços numa referência ao símbolo usado ao longo da campanha do peemedebista. Também foi rodado o jingle da campanha de Aécio.

Em sua manifestação, Simon destacou que “nós devíamos uma reunião como essa no Rio Grande do Sul. Sobre Sartori, ele ressaltou que o ex-prefeito de Caxias do Sul “é a pureza e a dignidade do povo gaúcho”, criticando a postura dos adversários que, segundo ele, estão fazendo uma campanha “horrível e nojenta”. Simon também pediu votos para Aécio. Na sequência, foi a vez de Serra falar. O tucano começou o discurso agradecendo os votos recebidos na eleição de 2010, quando disputou a eleição presidencial e venceu no Rio Grande do Sul. “Eu vi para cá, em parte pela campanha do Aécio, segundo, pelo Sartori”, afirmou o senador de São Paulo. E prosseguiu: “Esse é o voto da mudança no Brasil”, referindo-se aos dois candidatos.

O tucano aproveitou para fazer duras críticas ao governo petista em nível federal. “Nesses 12 anos do PT, as instituições da democracia foram arranhadas. Nós vamos ter de reconstruir o Brasil”, disse, criticando a ameaça da inflação e desindustrialização. Como senador eleito, Serra se comprometeu em ajudar a resolver o problema da dívida do Rio Grande do Sul. Ele ironizou o fato de a presidente Dilma Rousseff ser “adotada” pelo Rio Grande do Sul e não solucionar o problema até hoje junto com o governador Tarso Genro (PT), ambos do mesmo partido. “Me parece incrível”, cutucou Serra.

Ainda sobre Sartori, que lidera as pesquisas eleitorais, Serra disse “que esse resultado aqui me lava a alma”, afirmando que, desde o início da campanha, dizia a amigos gaúchos que apostava no ex-prefeito de Caxias do Sul, Região da Serra, apesar da descrença de próprios apoiadores de candidato ao Piratini.

O concorrente ao governo do Estado encerrou o ato político. Ele agradeceu a todos que acreditaram na sua candidatura, mesmo quando “as pesquisas não eram favoráveis”. “Hoje que as pesquisas são favoráveis a nós continuamos olhando o coração dos nossos vizinhos”, ressaltou Sartori, pedindo muita mobilização até domingo em todos os lugares. “Não vamos dar bola para intriga, baixaria, desconstituição. Vamos mostrar na urna a dignidade de povo do Rio Grande”, apelou ele. O candidato ressaltou, ainda, que já são mais de 20 partidos engajados na sua candidatura, cutucando que outro lado não conseguiu agregar nenhuma sigla. “Eu sou daqueles que pensam que é melhor agregar do que dividir”, acrescentou o peemedebista, prometendo fazer um governo “simples, honesto e eficiente”. Para finalizar, Sartori pediu votos para Aécio e lançou o vice-prefeito de Porto Alegre e coordenador geral de sua campanha, Sebastião Melo (PMDB), à disputa da prefeitura da Capital em 2016.

Antes do ato na Capital, Sartori fez um intenso roteiro nesta terça pelas cidades de Alegrete, Bagé, Rio Grande e Pelotas.

Falta de água em São Paulo

Antes da caminhada, o senador José Serra falou rapidamente com a imprensa. Questionado peloSul 21 sobre a falta de água que atinge São Paulo e agora é explorada pela presidente Dilma no horário eleitoral obrigatório, o senador eleito disse que “o abastecimento está razoável”. Ele argumentou que o problema ocorre devido à falta de chuvas e que não faltaram investimentos no seu governo e nem no atual, comandado pelo seu companheiro de partido, Geraldo Alckmin, reeleito ainda no primeiro turno das eleições. “A seca é terrível. Se querem usar politicamente é previsível, mas, a meu ver, não tem sentido nenhum”, afirmou Serra.