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Aposentado, Marcos diz que quer ser útil ao Palmeiras

"Pode contar comigo no que precisar, no contrato que vai fazer diferena", disse o goleiro, que recebeu convite para ser dirigente ou membro da comisso tcnica

Aposentado, Marcos diz que quer ser útil ao Palmeiras (Foto: NILTON FUKUDA/AGÊNCIA ESTADO)

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A torcida do Palmeiras programa para a manhã do próximo sábado, antes do amistoso contra o Ajax, uma procissão para "canonizar" São Marcos. O percurso terá início na sede do clube e irá até o Pacaembu, palco do jogo. O goleiro Marcos, que concedeu sua última entrevista coletiva nesta quarta-feira, riu da "brincadeira" e negou que seja santo, como a torcida o trata há mais de uma década.

"Os caras estão de brincadeira. São loucos. Vão canonizar eu (sic). Pergunta para a minha mulher se eu tenho que ser canonizado. Só você sabe, Sônia", disse ele, olhando para a esposa, que estava presente na Academia de Futebol. "Fico com vergonha. Assim vocês dão mais moral que eu mereço", disse o agora ex-goleiro.

Antes do início da entrevista coletiva desta manhã, o presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone, anunciou que o clube irá organizar uma série de homenagens. Marcos receberá um título de 'sócio perpétuo', terá produtos licenciados e ganhará uma biografia. A principal ação, porém, é a tentativa de aposentar a camisa 12, usada por Marcos durante toda a carreira. "Pretendemos eternizar a camisa 12, vamos conversar com o jurídico. Dentro do que estabelece as regras dos campeonatos, gostaria de fazer um estudo mais detalhado", disse o dirigente, que revelou que também será feito um busto para Marcos.

O ex-goleiro se disse honrado pela homenagem e, sempre modesto, brincou com o fato de poucos titulares terem usado este número. "Um dia falaram sobre isso, mas falei assim: 'Camisa 1 no Palmeiras teve um monte maior que eu, mas 12 fui um dos melhores também'", disse Marcos, que completou: "Só o fato de ter vestido a vestido a camisa do Palmeiras foi uma das maiores homenagens que recebi na vida".

O discurso de que é ele quem deve prestar homenagens ao Palmeiras e à torcida foi recorrente na coletiva de Marcos. "O Palmeiras acha que deve para mim. Deve nada. Eu que devo. Sem o Palmeiras eu não seria nada", lembrou o ex-goleiro, herói da conquista da Libertadores de 1999, maior título da história do clube.

Ele quer reviver as emoções daquela conquista e pensa em convidar para o seu jogo de despedida o Corinthians de 1999 e 2000 (times que o Palmeiras eliminou nas duas Libertadores, com grandes atuações de Marcos) ou o Deportivo Cali, derrotado na final de 1999. Se optar por fazer jogo entre amigos, faltará tempo e espaço. "Se for convidar meus amigos vou ter que fazer uma semana de jogo para todo mundo jogar. Tem que revezar até o árbitro", disse um Marcos orgulhoso dos amigos que fez no futebol.

Mesmo aposentado, o pentacampeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 promete continuar colaborando com o Palmeiras agora fora dos gramados. "Pode contar comigo no que precisar, não é contrato que vai fazer diferença", disse ele, que recebeu convite para ser dirigente ou membro da comissão técnica.

Ele nega a possibilidade de um dia se tornar técnico - "ser chamado de burro deve ser a pior coisa do mundo" -, mas disse que ainda não sabe qual função pretende exercer. Quer, porém, só assumir um cargo no clube quando estiver preparado. "Vou tentar me preparar para fazer algo útil no Palmeiras."

Sem o futebol para tomar seu tempo, Marcos se colocou à disposição para dar entrevistas com mais frequência, só lembrou que não terá muito o que falar: "Vou cornetar a minha esposa". Também disse que pretende participar de mais eventos de marketing: "A gente chora em velório, bate palma pra adversário, o que precisar", disse, rindo, como de costume.

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