Arrancada põe Amastha na liderança em Palmas
Com pouco mais de um mês de campanha, colombiano radicado no Tocantins ignora lideranças tradicionais da política local, atropela favoritos e salta de 12% para 43,3% das intenções de voto, segundo pesquisas Serpes/Jornal do Tocantins. Se eleito, empresário, o quarto candidato mais ricos dessas eleições no Brasil, com bens declarados de R$ 18 milhões, será o primeiro estrangeiro a ocupar o posto de prefeito de uma capital
Goiás247_ Nascido na Colômbia, Carlos Franco Amastha (PP), 51 anos, atropelou os candidatos favoritos na eleição municipal em Palmas e, conseguir manter o ritmo, terá uma vitória relativamente tranquila já no primeiro turno. A confirmação da arrancada do empresário veio com a recente divulgação da segunda rodada de pesquisas do Instituto Serpes, feita a pedido do Jornal do Tocantins, onde ele aparece com 43,3% das intenções de voto. Na primeira rodada, o empresário figurava em terceiro lugar, com 12%.
Naturalizado e radicado no Brasil há 30 anos, Amastha e diretor-presidente do Grupo Skipton (que atua na área de incorporação de shoppings e tecnologia de informação em toda a América Latina) e vive em Palmas há mais de 12 anos. Na capital tocantinense, administra vários empreendimentos, entre eles o Capim Dourado Shopping, o maior da cidade. Agora, implanta o Araguaína Shopping, no município de mesmo nome, situada na região do Bico do Papagaio, extremo Norte do Estado. É um investimento de R$ 200 milhões, com inauguração prevista para agosto de 2014.
Sem vinculação com a “elite” política do Etsado, esse colombiano de Barranquilla decidiu se candidatar a prefeito de Palmas e articulou uma coligação de três partidos, todos eles desvinculados da prefeitura e do governo do Estado - o governador Siqueira Campos (PSDB) apoia Marcelo Lelis (PV) e o prefeito Raul Filho (PT) defende Luana Ribeiro (PR). Governador e prefeito são suspeitos de ligação com o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Nesta segunda-feira, a ascensão impressionante de Amastha foi destaque na Folha de S. Paulo (leia mais), onde ele se declarou um empresário de esquerda, leitor de Karl Marx. O jornal paulista destaca que, se eleito, o colombiano será o primeiro estrangeiro a governar uma capital no Brasil. Os adversários de Amastha até tentaram explorar o fato de ele ser estrangeiro, de sotaque carregado. Mas, numa cidade com pouco mais de 20 anos, majoritariamente habitada por migrantes, a estratégia revelou-se desastrada.
Amastha não esconde que é um homem de posses (inclusive uma Ferrari). Dono de um patrimônio de R$ 18 milhões, é o quarto candidato mais rico do Brasil. Adotou, porém, a camisa xadrez como indumentária básica numa campanha bastante extrovertida. No palanque, canta, dança e faz brincadeiras. "Este sou eu. Comecei a vida vendendo curso de inglês de porta a porta. Nasci no Caribe, sou baiano, musical. Os marqueteiros me aconselham a fazer isso ou aquilo, eu digo não. Se tiver que mudar minha maneira de ser, não quero. Take me or leave it (leve-me ou deixe, em inglês)", disse ao diário paulistano.
Pesquisa
Com pouco mais de um mês de campanha, Carlos Amastha saiu do anonimato político para a virtual eleição na capital tocantinense. Na pesquisa Serpes em que aparece com 43,3%, seu adversário mais próximo, que liderava os levantamentos até então, é Marcelo Lélis, que tem 35,3%. Na sequência estão Luana Ribeiro, com 9,2%; Doutor Luciano (PRP), com 0,6%; e Professor Adail (PSDC) e Fábio Ribeiro (PTdoB), com 0,2% cada. Abelardo Gomes, do PSOL, não pontuou. Declararam voto nulo ou que não votariam 2,4% dos entrevistados, enquanto 8,9% não souberam responder.
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 22 de setembro e ouviu 1001 eleitores. O nível de confiança é de 95% e a margem máxima de erro é de 3,09 pontos porcentuais para mais ou para menos. O registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO) é TO-00249/2012.
O levantamento espontâneo confirma o fenômeno Amastha. O colombiano saltou de 9,6% das intenções de voto para 42,4%, um crescimento de 32,8 pontos porcentuais. Lelis, que aparecia com 43,9%, agora tem 35%, 8,9 pontos porcentuais a menos. Luana, que aparece agora com 8,8%, sofreu uma queda de 13,5 pontos porcentuais.
O candidato Doutor Luciano aparece agora com 0,6% – antes tinha 0,8%. Professor Adail tem 0,2% (antes tinha 0,5%) e Fábio Ribeiro tem 0,2% (antes tinha 0,8%). Abelardo Gomes não foi citado na segunda rodada espontânea – na primeira rodada teve apenas 0,2% das intenções de voto.
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