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Artrose ou artrite. Por que é preciso distinguir essas duas doenças

Artrose e artrite são formas de reumatismo, porém elas não evoluem do mesmo modo e necessitam, portanto, de tratamentos diferentes.

Artrose ou artrite. Por que é preciso distinguir essas duas doenças
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Por: Pauline Léna – Le Figaro

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Artrose ou artrite? Doença crônica ou doença aguda? Qual diagnóstico é preferível quando a pessoa sofre de dores nas articulações? Os anglo-saxões não fazem nenhuma distinção: chamam as duas síndromes de “arthritis”. Não estabelecem as diferenças que existem entre as duas tanto no plano clínico quanto em termos de saúde pública. No entanto, cerca de 70% das pessoas que se queixam de dores articulares são vítimas da ósteo-artrite – a artrose -, moléstia que muitos consideram inevitável já que está ligada ao envelhecimento das células da cartilagem.

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A artrose, que afeta cerca de 17% da população francesa e europeia, é, com efeito, uma doença crônica que, uma vez desencadeada, prossegue inexoravelmente sua evolução e cujo tratamento permanece, até hoje, quase puramente sintomático. A artrite, por seu lado, agrupa um conjunto de moléstias inflamatórias mais raras – a mais frequente toca 0,4% da população -, mais intensas e mais graves pois elas podem ser mortais e podem atingir pacientes muito jovens. Ela se beneficiou, no decorrer dos últimos dez anos, de progressos terapêuticos significativos que permitem atrasar e até mesmo prevenir sua evolução e, assim sendo, salvar vidas.

 

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Artrose da articulação coxo-femural. Cirurgia com prótese pode ser a solução em muitos casos.

 

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Uma simples radiografia

Os reumatologistas franceses estabeleceram uma diferença entre essas duas doenças das articulações já nos anos 1930, com base nos sintomas e na evolução da moléstia. Tais diferenças, ainda hoje, são essenciais para um diagnóstico diferencial que necessita de poucos exames. “Inútil sobrecarregar os serviços sociais de saúde com exames pesados, como os de ressonância magnética, que não fornecem na verdade nenhuma informação pertinente”, insiste o professor François Rannou, responsável pelo serviço de reeducação no Instituto de Reumatologia do Hospitgal Cochin, em Paris, da mesma forma que todos os especialistas interrogados.

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Dores em uma mulher ainda jovem, manifestada sobretudo nos dedos das duas mãos, que a despertam durante a noite e com articulações que ao amanhecer parecem estar “emperradas”, já conduzem o médico para um diagnóstico de poliartrite. De forma diferente, dores presentes unicamente de um lado, num paciente com mais de 50 anos, e que se agravam quando faz-se uso da articulação, indicam muito mais um caso de artrose.

 

Pouco peso corporal, boa alimentação, vida saudável e muito exercício físico são as regras para se evitar a artrose das articulações.

 

O clínico geral ou o reumatologista poderá prescrever uma simples radiologia das articulações dolorosas, a qual poderá revelar um pinçamento articular e alterações da estrutura óssea, bem como um  exame de sangue destinado a identificar fatores de  inflamação como a Proteína C-Reativa, o fator reumatoide, ou diversos anticorpos presentes em caso de artrite.

Para o reumatologista competente e bem equipado, a punção do líquido sinovial do joelho inchado normalmente é suficiente para contar as células ao microscópio e orientar instantaneamente o diagnóstico. Um pequeno número de células sinoviais e de linfócitos assinala a presença de uma artrose, enquanto que numerosos polinucleares assinalam uma artrite inflamatória ou séptica.

 

Radiografia das mãos de mulher idoso sofredora de artrite.

 

Tratar os sintomas

“Jogar fora o líquido sinovial é um crime”, insiste o médico Pascal Richette, responsável pelo serviço de reumatologia do Hospital Lariboisière, em Paris. Outros exames permitem, com efeito, identificar uma infecção ou a presença de cristais, uma outra das causas da artrite. Os biomarcadores objetivos permitem igualmente eliminar as dores ligadas a uma fibromialgia a fim de orientar esses pacientes numa direção mais apropriada.

A artrite é caracterizada por um nível de inflamação muito elevado que concerne a membrana sinovial, já que a cartilagem está às vezes muito machucada pelo “contato” com essa inflamação. Nas formas autoimunes, de origem genética, a evolução frequentemente é muito rápida, acontece em poucos anos, e coloca rapidamente e às vezes radicalmente em questão a vida do paciente. Os tratamentos se dirigem mais diretamente à essa inflamação sistêmica de origem imunológica e podem levar, agora, a uma completa remissão da doença.

A inflamação igualmente presente na artrose e’, no entanto, de grau mais baixo, evoluindo ao longo de dezenas de anos e pode ser controlada com o uso de medicamentos menos pesados. Essa doença do envelhecimento se instala geralmente após os 50 anos de idade e/ou em pacientes que sofrem de obesidade ou excesso de peso. Ela costuma ser, erroneamente, apresentada como uma doença ligada ao desgaste natural pelo uso, mas a verdade, como informa o professor Jérémie Sellam, reumatologista do Hospital Saint-Antoine, em Paris, “é que uma atividade física regular favorece uma atividade anabólica na cartilagem e uma musculatura tônica que protege a articulação e previne o surgimento da doença e o seu agravamento”.

Uma informação essencial e termos de prevenção e igualmente para o tratamento: os medicamentos disponíveis hoje permitem tratar os sintomas da artrose, mas não conduzem a uma remissão completa.

 

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