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Asma: quando a avó fumou, os netos tossem

Pesquisa recente na área da epigenética mostra que a nicotina absorvida pela avó pode influenciar a asma de seus futuros netos.

Asma: quando a avó fumou, os netos tossem (Foto: Photographer:Rudyanto Wijaya)
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Por Anne Prigent – Le Figaro

 

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De acordo com pesquisadores australianos, crianças cujas mães foram expostas ao tabagismo quando no útero têm de 10 a 20% mais probabilidades de se tornarem asmáticas, mesmo se suas mães não fumaram durante a gravidez.

O cigarro fumado pela avó durante sua gravidez pode ser responsável pela asma de seus futuros netos. Na verdade, as crianças cujas mães tenham sido expostas durante a gestação ao tabagismo de suas próprias mães têm maior risco de desenvolver asma, diz um estudo australiano apresentado no final de setembro durante o congresso da European Respiratory Society (ERS).

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Para obter esse resultado, os pesquisadores analisaram um registro sueco reunindo os dados de quase 45.000 mulheres entre 1982 e 1986. Eles examinaram o consumo entre 2005 e 2013 de medicamentos para asma em crianças nascidas entre 1996 e 2000 e entrevistaram suas avós e mães sobre o tabagismo durante sua gravidez.

A análise dos dados mostra que fumar ao estar grávida de uma menina, aumenta de 10 a 20% o risco que os futuros filhos desta filha se tornem asmáticos, mesmo se a própria filha não fumar durante sua própria gravidez… Para os pesquisadores, estes resultados suportam a transmissão de um risco de asma ligado ao ambiente de gerações anteriores por processos epigenéticos.

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«Devemos permanecer cautelosos, pois o ambiente e o estilo de vida também podem desempenhar um papel importante. Mas a epigenética deve de fato ser considerada. Aliás, não é o primeiro estudo que mostra  que o tabagismo da avó tem influência sobre a asma dos netos …», diz o Prof. Antoine Magnan, pneumologista do Hospital Universitário de Nantes.

Linha paterna

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Nos últimos anos, a epigenética mudou a visão da fisiopatologia das doenças alérgicas. Por muito tempo, especialistas têm considerado que somente uma modificação em nosso ambiente poderia explicar o aumento exponencial das doenças alérgicas e da asma ao longo dos últimos trinta anos.

Na verdade, é difícil incriminar a genética pois, com exceção das mutações, os genes são estáveis ao longo de várias gerações. «Por outro lado, se a asma é uma doença hereditária, ela não é uma doença genética. Inúmeros genes estão envolvidos », diz o Prof. Magnan. No entanto, o ambiente tem impacto sobre a leitura de nosso código genético.

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Nosso modo de vida gera dois tipos de mudanças químicas: metilações do DNA e modificações de histonas que são proteínas nas quais o DNA é enrolado para formar a cromatina. Essas «marcas epigenéticas», possivelmente transmissíveis de uma geração para outra, modulam a atividade dos genes ao «ligá-los» ou «desligá-los». E é assim que a nicotina absorvida pela avó pode influenciar a asma de seus futuros netos.

O próximo passo planejado por pesquisadores australianos é examinar a transmissão deste risco pela linha paterna, ao estudar netos cujo pai foi exposto ao tabagismo de sua mãe. Enquanto isso, eis um argumento adicional para encorajar as mulheres grávidas a não fumar.

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