Até FHC condena invasão da UFMG pela PF
"É notório que apoio as medidas anticorrupção, como os processos movidos pela Lava Jato e outras mais. Ultimamente, entretanto, medidas coercitivas cautelares têm sido tomadas contra funcionários de Universidades sem que se saiba com clareza quais são as acusações, sem que se veja a necessidade de coerção, sem que as pessoas envolvidas se tenham negado a depor e/ou tenham poder para atrapalhar as investigações", afirmou o ex-presidente
Do portal Vermelho
Diversas personalidades intelectuais e acadêmicas tem se manifestado contra a arbitrária ação da Polícia Federal na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Por meio das redes sociais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) também condenou a operação e disse que "arbítrios e abusos não são compatíveis com o Estado de Direito".
"Por isso, têm minha reprovação [a ação da PF]em nome dos valores da democracia e da liberdade", diz FHC, que foi um dos que, em 2014, defendeu a judicialização da política, uma das causas dos abusos e violações aos direitos que ocorrem atualmente no país.
Na quarta-feira (6), a PF conduziu coercitivamente o reitor, Jayme Ramirez, a vice-reitora, Sandra Goulart, o ex-reitor, Clélio Campolina, a ex-vice-reitora, Heloisa Starling, além de outros professores para apurar irregularidades na construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil.
"É notório que apoio as medidas anticorrupção, como os processos movidos pela Lava Jato e outras mais. Ultimamente, entretanto, medidas coercitivas cautelares têm sido tomadas contra funcionários de Universidades sem que se saiba com clareza quais são as acusações, sem que se veja a necessidade de coerção, sem que as pessoas envolvidas se tenham negado a depor e/ou tenham poder para atrapalhar as investigações", afirmou o ex-presidente.
Ele citou o caso do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou após operação da PF que o levou a prisão. Até agora a operação não apontou a culpabilidade do reitor nos casos investigados.
"Creio que alegações, se consistentes, devem ser apuradas. Entretanto, para quem, como eu, foi vítima do arbítrio no período ditatorial, sinais de excesso são condenáveis e exigem esclarecimentos. Investigar é necessário, acusar com base é função do MP; o julgamento depende da Justiça, culpando ou inocentando os acusados", frisou.
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