Ato de sindicalistas critica 'PL da terceirização'
Manifestantes defendem que trabalhadores terceirizados serão prejudicados caso seja aprovado o projeto de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que deve ser votado na semana que vem no Congresso; protesto, que parou totalmente a Avenida Paulista durante dez minutos, foi convocado por CUT, Força Sindical, UGT e CTB
Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Manifestantes bloquearam nesta terça-feira (6) a Avenida Paulista em protesto contra o Projeto de Lei (PL) 4.330, que deve ser votado na semana que vem no Congresso Nacional. De autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), o projeto trata da terceirização de serviços. O protesto, que parou totalmente a Paulista durante dez minutos, no fim da manhã, foi convocado pelas principais centrais sindicais do país: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
A Polícia Militar estimou em 600 o número de manifestantes, que se concentraram em frente ao prédio da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp). No local, líderes sindicais revezaram-se em um carro de som, discursando contra o projeto. Usando camisetas ou jalecos com as siglas e cores representativas de suas centrais, os manifestantes ocuparam inicialmente a calçada em frente à Fiesp/Ciesp e, aos poucos, foram tomando as pistas da via, agitando bandeiras e balões e exibindo faixas com palavras de ordem para chamar a atenção dos pedestres e motoristas.
Eles soltaram também fogos de artifício, como se estivessem comemorando um campeonato, e o barulho se misturava ao som dos discursos. O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que o PL 4.330 "precariza" as relações de trabalho e significa a perda de direitos conquistados com as convenções coletivas de trabalho, além de reduzir os ganhos da classe trabalhadora e de desqualificar a mão de obra.
De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, os empregados deste setor estão entre as categorias que serão mais prejudicadas caso o projeto seja aprovado. "Ele [projeto] piora as condições de quem já está terceirizado e empurra aqueles que não estão", disse Cordeiro. Ele lembrou que já está em tramitação outro projeto, "tão ruim quanto este", de autoria do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os dirigentes sindicais criticaram os empresários pela pressão que fazem para aprovação do projeto da terceirização e anunciaram uma ampla paralisação no país, no próximo dia 30. O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que o projeto prejudica a classe trabalhadora e defendeu uma negociação para barrar a ida da matéria a plenário. Ele informou que amanhã (7), os presidentes das centrais sindicais tentarão discutir o tema com os líderes partidários no Congresso Nacional. "Vamos tentar uma modificação que não prejudique aos trabalhadores", explicou Juruna.
Edição: Nádia Franco
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