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Ausente de debate, Paulo é alvo de críticas

Paulo Garcia se ausenta de mais um debate, desta vez na TV Record. Elias Júnior classifica ausência de Paulo de "atitude covarde" e diz que existe clima de "já ganhou" na campanha petista. Temas envolvendo saúde e transporte público dominam o debate

Ausente de debate, Paulo é alvo de críticas
Realle Palazzo-Martini avatar
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A Redação_ Candidatos à prefeitura de Goiânia focados muito mais em ataques ao prefeito e candidato à releição Paulo Garcia (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto e não compareceu ao evento, do que realmente a apresentar propostas de ações e projetos para a capital. Foi este o tom predominante do debate promovido pela TV Record Goiás na noite desta segunda-feira (1º), no qual compareceram sete dos oito candidatos. Estiveram nas bancadas de perguntas e respostas Jovair Arantes (PTB), Isaura Lemos (PCdoB), Elias Junior (PMN), Simeyzon Silveira (PSC), Rubens Donizetti (PSTU), Reinaldo Pantaleão (PSol) e José Netho (PPL).

Confirmado para o embate, Paulo Garcia desmarcou presença no início da noite de segunda-feira (1/10) alegando motivo de urgência. O prefeito viajou para Brasília para se encontrar com o sub-chefe de Assuntos Federativos da Presidência da República, Olavo Noleto, e com o secretário nacional do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Maurício Muniz. Desta forma, a bancada que o prefeito ocuparia parmaneceu vazia e Paulo foi alvo de ataques em todos os quatro blocos do debate.

Os temas mais recorrentes nos embates foram saúde e transporte público, mas pontos como denúncias envolvendo a Secretaria Municipal de Cultura e a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) foram utilizados como munição no ataque à atual administração. Assuntos como o Plano Diretor e o impacto de escândalos políticos envolvendo a Operação Monte Carlo também foram citados.

Primeiro bloco
Logo na abertura do primeiro bloco, o deputado estadual Elias Júnior questionou a colega da Assembleia Legislativa, Isaura Lemos - primeira sabatinada -, sobre a ausência do prefeito Paulo Garcia (PT), candidato à reeleição.

Elias classificou a ausência de Paulo de "atitude covarde" e disse que existe clima de "já ganhou" por parte da campanha petista. Em resposta, Isaura afirmou que a "omissão" de Paulo também "pode acontecer na administração".

Segundo candidato a sabatinar Isaura, Rubens Donizetti questionou se a ausência de Paulo Garcia não seria estratégia para não responder sobre os escândalos recentes na prefeitura. O candidato citou as denúncias de desvios na Secretaria Municipal de Cultura e da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma).

Em resposta, Isaura afirmou que é preciso ter transparência e um "controle social muito grande" do Paço Municipal. A candidata acusou diretores da Amma de fazer "negociações" conforme os interesses de grandes imobiliárias.

Na réplica, Rubens Donizetti afirmou que Paulo segue o exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O candidato do PSTU lembrou a articulação de Lula para que o deputado federal Paulo Maluf (PP) apoiasse Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. "Paulo deve estar sendo solidário com os companheiros que estão sendo julgados no Supremo Tribunal Federal (STF)", completou Rubens Donizetti sobre o mensalão.

Saúde entra no tema
Segundo a ser sabatinado, o vereador Simeyzon Silveira (PSC) foi questionado pelo deputado federal Jovair Arantes (PTB) sobre propostas na área da saúde. Simeyzon respondeu citando a proposta de entregar remédio em casa para 100 mil habitantes da capital. Também disse que trará uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) à Capital. "Goiânia precisaria de quatro UPAs no mínimo."

Na réplica, Jovair cita o programa GoiâniaMed, em que a prefeitura pagará consulta e exames na rede privada para 300 mil pessoas carentes. "Os poderosos não querem que façamos essa propaganda", afirma o deputado federal, afirmando que está fazendo um compromisso à população. Na tréplica Simeyzon critica a falta de material nas unidades de saúde, como itens básicos de limpeza e algodão, como se constatou durante a vacinação contra o H1N1.

Transporte coletivo
Depois de ser sabatinada, foi a vez de Isaura questionar José Netho sobre as propostas para melhorar o transporte coletivo de Goiânia. José Netho disse que o transporte é um "caos" pois existe uma "cachoeira de esquemas que não deixam o transporte melhorar", citando o escândalo do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

José afirmou que irá reavaliar os contratos feitos com as empresas que "estão ganhando milhões nas costas da população", completando que irá implementar o aeromóvel. Na réplica, Isaura afirmou que, caso eleita, irá aproveitar o modelo de Curitiba (PR), que paga as empresas pela quilometragem rodada. "Isso faz com que as empresas tenham interesse de colocar mais ônibus nas linhas. Em Goiânia é o contrário."

Segundo candidato a questionar José Netho, Elias Junior retoma a saúde como assunto. O sabatinado diz que a saúde "é o pior problema" da Capital já que promessas passadas não foram cumpridas. Um dos responsáveis por criticar o governo do Estado nos programas eleitorais na TV, José Netho diz que o prefeito tem que cobrar o governador Marconi Perillo (PSDB) sobre as propostas para Goiânia, como a construção de um hospital regional na região Noroeste. Netho ainda questionou a efetividade do gerenciamento de hospitais por Organizações Sociais (OS), segundo ele, "para colocar dinheiro no bolso de empresários".

Na réplica, Elias diz que "esse governo não priorizou a saúde" e afirma que, caso eleito, irá reforçar o Programa de Saúde Familiar (PSF). Na tréplica José Netho criticou os "processos privatistas" da saúde. O candidato ainda citou a proposta do governo estadual de entregar as unidades do Vapt Vupt a Organizações Sociais. Com a dobradinha, foi encerrado o primeiro bloco do debate.

Segundo bloco
Rubens Donizetti foi o primeiro sabatinado do segundo bloco. Simeyzon questionou a responsabilidade do município sobre o perímetro urbano da BR-153 e criticou a posição de Paulo, ao dizer que não é o responsável pelo trecho. Em resposta, Donizetti lembrou que é o candidato da "classe trabalhadora" e que não tem muitos recursos. Sobre a pergunta, o sabatinado lembrou que o Paço Municipal está ao lado da BR-153 e que é preciso uma "proposta revolucionária" para resolver o problema. "Não podemos ficar atendendo só os interesses dos financiadores de campanha."

Na réplica, Simeyzon disse que "quem quer dar um jeito, quem não quer arranja uma desculpa". O vereador citou exemplos de municípios da região Metropolitana de Goiânia, que municipalizaram as ações no período urbano de rodovias. "O prefeito não pode dar desculpas". Na tréplica, disse que, embora Paulo "propague" a aliança com o governo federal, o petista não consegue resolver os problemas da capital.

Segundo candidato a sabatinar Donizetti, Jovair questionou sobre os problemas no transporte coletivo. O prefeitável do PSTU reforça a necessidade de municipalizar o transporte e pregou a retomada do cobrador dentro dos ônibus e um bilhete único pera uso durante o dia. Jovair rebate citando os "relatos dramáticos" de usuários do transporte coletivo. "Goiânia fará 79 anos no dia 24 de outubro, mas apresenta problemas de cidades centenárias, como Vitória (ES)". Na tréplica, Donizetti diz que Jovair não explicitou como seria a parceria com Marconi.

Educação e denúncias na Cultura
Na fase de questionamentos entre candidatos de partidos nanicos, José Netho perguntou a Professor Pantaleão sobre as propostas sobre educação e cultura. Pantaleão disse que educação e cultura são duas áreas que caminham juntas e que oferecem melhores oportunidades aos jovens. "Um país sem educação não vive."

Na réplica, José Netho disse que educação e cultura de qualidade tiram os jovens da ruas. O prefeitável afirma que, caso eleito, criará um centro para os jovens e que oferecerá sessões de cinema a R$ 2. Na tréplica, Pantaleão citou as denúncias na Secretaria de Cultura e que Goiânia é um dos municípios que mais perdem recursos na área de cultura por falta de projetos. "Isso para mim é uma aberração."

O encerramento da segunda rodada do debate se deu com Pantaleão respondendo Isaura sobre programas de prevenção de drogas. "Não se pode fazer nada na saúde se não tiver orçamento previsto para o problema", resumiu o candidato do PSol. Na réplica a deputada estadual disse que, caso eleita, pagará o piso aso profissionais da saúde, citando a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) de Foz do Iguaçu (PR).

Terceiro bloco
Na abertura do terceiro bloco, Rubens Donizetti abordou os temas transporte coletivo e funcionalismo público com Elias Junior. O deputado estadual diz que falta respeito ao usuário, falta de fiscalização e embarque "desumano" nos terminais. Na réplica, Donizetti afirma que irá melhorar as condições de trabalho dos servidores municipais, que enfrentam a prefeitura e os "sindicatos pelegos". Na tréplica Elias diz que valorizará os funcionários públicos de todas as áreas.

Segundo a sabatinar Elias Junior no terceiro bloco, Simeyzon diz que o atual prefeito faz "terrorismo" ao dizer no programa eleitoral que a presidente Dilma Rousseff (PT) "esquecerá Goiânia" se o PT não continuar comandando a prefeitura. "Faz terrorismo ao dizer que outros candidatos não têm a capacidade de buscar as parcerias."

Plano Diretor
No início do último candidato a ser sabatinado, Pantaleão questionou Jovair se o deputado, caso eleito, terá condições de fazer as mudanças no Plano Diretor ou se ficará "nas mãos dos vereadores". Jovair lembra que o seu vice, deputado estadual Francisco Jr. (PSD) quem elaborou o Plano Diretor mas desviou o foco e passou a tratar do programa GoiâniaMed.

Na réplica Pantaleão rebateu Jovair e disse que o Plano Diretor foi elaborado "por um conjunto de profissionais". O candidato do PSol citou notícia na imprensa sobre uma possível influência do setor imobiliário na revisão do Plano Diretor. Na tréplica Jovair diz que as mudanças na lei serão feitas conforme as necessidades da população.

Finalizando o terceiro bloco, José Netho questionou Jovair quem é o "culpado" sobre os problemas de segurança na capital, lembrando que o deputado é o candidato do governo estadual. Jovair iniciou alegando que o problema de segurança tem responsabilidade conjunta, desde o governo federal até da própria população, e citou a proposta do Anjos do Bairro, patrulheiros comunitários que seriam "olhos e ouvidos" da população nos bairros.

Na réplica José Netho diz que não quer oprimir a população "não dando serviço a quem não tem que vigiar o outro". O prefeitável disse que irá municipalizar o serviço de água e esgoto para dar oportunidade a todos. Na tréplica Jovair alegou que irá fazer uma gestão mais moderna. "Pretendemos regionalizar a administração", responde Jovair, finalizando o terceiro bloco.

Considerações finais
No quarto bloco, dedicado às considerações finais, a deputada Isaura Lemos pediu "a chance" para que uma mulher governe a Capital pela primeira vez. "Queremos governar com independência e coragem", completou. Na sequência Simeyzon lamentou a ausência de Paulo Garcia.

"Por isso precisamos promover o segundo turno. Aí ele não vai poder fugir do debate". O vereador pediu a oportunidade ao eleitor de estar no segundo turno para estar em "pé de igualdade".

José Netho disse que a "cachoeira de esquemas" não deixa que a população tenha acesso a serviços de qualidade. "Rubens Donizetti agradeceu aos sindicalistas que o acompanhou no encontro e criticou a União Nacional dos Estudantes (UNE), que virou uma "entidade chapa branca". Pantaleão pediu que o eleitor tenha "consciência clara e limpa" ao votar. "Goiânia não pode ser contada em prosa e verso com mentiras."

Jovair também lamentou a ausência de Paulo e pediu a oportunidade de ir ao segundo turno.

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