Autoridades da Etiópia cortam acesso à internet após surto de violência
O governo disse que os tumultos foram estimulados por autoridades regionais.
(Reuters) - Autoridades interromperam o acesso à internet no leste da Etiópia após um surto de violência local, disseram moradores nesta quarta-feira, em um sinal dos desafios enfrentados pelo primeiro-ministro reformista Abiy Ahmed para conter as tensões étnicas em algumas regiões do país.
Os moradores, um deles falando da região de Oromia e outro da cidade de Harar, disseram que a conexão não funciona há três dias, na primeira vez em que o acesso é interrompido desde que o Parlamento revogou um estado de emergência em junho.
O porta-voz do governo etíope, Ahmed Shide, não respondeu de imediato a um telefonema e uma mensagem de texto pedindo comentários sobre a interrupção, que foi relatada na terça-feira pelo grupo de defesa de direitos digitais Access Now.
A violência irrompeu no sábado em Jijiga, capital da região somali do país, quando multidões saquearam propriedades de minorias étnicas. Autoridades de segurança mataram quatro pessoas a tiros, disse uma testemunha à Reuters.
O governo disse que os tumultos foram estimulados por autoridades regionais.
Os moradores de Oromia e Harar disseram temer que a violência se espalhe da região somali para outras áreas do leste da Etiópia, em parte porque retaliações étnicas respectivas são um elemento dos tumultos que abalaram a nação durante três anos, até a renúncia do premiê Hailemariam Desalegn em fevereiro.
O governo decretou um estado de emergência um dia depois da renúncia de Hailemariam, ocorrida na esteira de três anos de protestos de rua e tumultos violentos.
Desde que substituiu Desalegn, em abril, Abiy virou a política e a economia do avesso no país de 100 milhões de habitantes, mas a persistência da violência étnica é um obstáculo para seu ímpeto reformista.
Atualmente quase um milhão de etíopes estão afastados de suas casas devido aos conflitos étnicos na região somali, em Oromia e em outras partes, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Por Maggie Fick e Aaron Maasho
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