'Bancos não podem ficar imunes ao ajuste fiscal'
Deputado Luiz Caetano afirma que o sistema financeiro é o único setor da sociedade que continua imune aos sacrifícios que o ajuste fiscal impõe à sociedade; "Recursos que faltam à educação, infraestrutura, saneamento, saúde, mobilidade e segurança são reservados no Orçamento da União para o pagamento de juros da dívida. É claro que devemos combater a inflação, mas, ao optar pelos juros altos, o Banco Central acaba alimentando uma ciranda financeira e gerando o paraíso dos bancos, com os juros mais generosos do mundo", disse o petista
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Bahia 247 - O deputado federal baiano Luiz Caetano (PT) afirmou nesta quarta-feira (30) que o sistema financeiro é o único setor da sociedade que continua imune aos sacrifícios que o ajuste fiscal impõe à sociedade.
"Recursos que faltam à educação, infraestrutura, saneamento, saúde, mobilidade e segurança são reservados no Orçamento da União para o pagamento de juros da dívida. É claro que devemos combater a inflação, mas, ao optar pelos juros altos, o Banco Central acaba alimentando uma ciranda financeira e gerando o paraíso dos bancos, com os juros mais generosos do mundo", disse o petista.
Na opinião do parlamentar, a sociedade européia conhece esta mazela com o nome de austeridade, mas o que unem as crises fabricadas em todos os continentes são as constantes reformas que nada produzem para as sociedades atingidas, sobretudo os trabalhadores, a partir de um padrão único de baixo crescimento, com políticas sociais e econômicas subordinadas às lógicas dos mercados financeiros globalizados com seus ataques especulativos e a redução dos Estados nacionais ao papel de coadjuvantes do mercado de capitais.
"Esta conta não é da sociedade brasileira. Mas está sendo paga pela sociedade brasileira", diz o deputado.
Caetano entende que a discussão mais importante no momento é exatamente sobre o projeto de desenvolvimento para o país, "mas esse debate é obstaculizado pela ditadura do pensamento liberal que se subordina aos detentores do poder econômico".
"Não há possibilidade de sairmos da crise sem que o Brasil reveja a política de isenções fiscais e a permissividade na sonegação de impostos. Ao mesmo tempo, a realidade reclama a elaboração de uma Reforma Tributária de verdade, com justiça fiscal, fortalecendo e democratizando o Pacto Federativo, com especial destaque ao papel dos municípios, sobretudo na autonomia de execução das políticas publicas, atribuindo-lhes maior capacidade de planejamento e gestão pública local".
O parlamentar avalia que o famoso ajuste fiscal encontra na queda de arrecadação forte adversária. "A elevação dos juros da dívida pública acaba prejudicando os esforços do próprio ajuste, aumentando o déficit nominal e resulta no próprio crescimento da dívida, hoje em 62,5% do PIB", criticou.
Ele, por fim, acredita que o ajuste fiscal tem caráter recessivo e produz desvalorização do salário real, ampliação do desemprego, tudo em nome do controle da inflação para justificar o receituário neoliberal de desconstrução do modelo de inclusão social e desenvolvimento sustentável, conquistado com muito esforço nos últimos anos.
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