BC: Brasil não será afetado por baixo crescimento de ricos
Em colquio organizado pela Caixa Seguros, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central prev que crise deve afetar crescimento das economias maduras, mas queBrasil tem "condies para crescer de forma sustentvel pelas prximas dcadas"
Evam Sena_247, em Brasília - O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, previu hoje que as economias desenvolvidas terão baixo crescimento como resultado da crise financeira. A avaliação foi feita na abertura do 2º Colóquio Internacional sobre Poupança, Investimento e Moeda no Brasil, organizado pela Caixa Seguros e pela francesa Caisse des Dépôts.
"O cenário para os próximos anos é muito provavelmente de baixo crescimento das economias maduras. E no curto prazo estamos vivendo um período de maior volatilidade e incertezas", disse, ponderando que a crise não tira as perspectivas para a economia brasileira, que tem "condições para crescer de forma sustentável pelas próximas décadas".
Ele avaliou o contexto econômico internacional como "complexo" e destacou a exigência de "respostas rápidas, abrangentes e mensagens harmônicas e claras por parte dos formuladores de políticas econômicas". Na avaliação do diretor, que citou medidas preventivas adotadas pelo governo como restrição do crédito, o Brasil enfrenta a crise com "relativa tranquilidade", pois tem solidez, capacidade de reação rápida, estabilidade financeira e credibilidade de ativos.
Logo após a abertura, aconteceu o primeiro debate do colóquio, que tratou sobre as estratégias dos países emergentes na globalização. O economista francês Carlos Quenan, do Centro de Altos Estudos da América Latina da Universidade de Paris, confirmou a redução das fragilidades financeiras na América Latina entre 2003 e 2008, devido ao aumento das reservas de câmbio e do superávit, queda da dependência do sistema bancário do dinheiro estrangeiro e regulação dos sistemas financeiros.
No entanto, o teórico francês Robert Boyer, economista da CEPREMAP Paris e criador da Teoria da Regulação, ponderou que o otimismo exacerbado ameaça o crescimento sustentável. "Um erro que todo mundo comete é considerar um modelo como perfeito e inacabado quando ele está em simbiose com o mercado internacional. Talvez esse fosse o tempo para o Brasil pensar um dispositivo para se preparar para a próxima crise" afirmou.
Para Carlos Quenan, os países da América Latina têm grande dependência da exportação de matéria-prima. Embora o Brasil seja o mais próximo de uma economia com bases diversas no continente, na opinião do economista, o país ainda tem obstáculos estruturais de desenvolvimento como grande volatilidade macroeconômica e baixo nível de inovação, de investimento produtivo e de produtividade.
Os economistas da primeira sessão de debate condenaram a política de juros altos do Brasil e elogiaram as quedas determinadas pelo Banco Central nos últimos dois meses. Para a professora de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Maria de Lourdes Rollemberg Mollo, a política de elevar os juros para conter a inflação não funciona no Brasil. "A poupança no Brasil não é usada para o mercado de longo prazo, porque as taxas de juros altos levam a poupança para a liquidez", afirmou a professora.
Mollo ressaltou também que, com a instabilidade do Real, os altos juros não somente punem a demanda com a redução da produção, mas também diminuem a capacidade instalada. "Estamos exportando cada vez mais produtos de baixa tecnologia. A taxa de juros contribui para essa deteorização qualitativa do saldo comercial", declarou.
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