Bioterapia. Novo tratamento para a psoríase
Impossível prever as erupções da psoríase, uma doença inflamatória crônica da pele. Na verdade, ninguém sabe como curá-la de forma definitiva. Mas é bem possível tratar a psoríase, e reduzir muito os seus efeitos com o uso da bioterapia.
Por: Juliette Camuzard – Le Figaro
Placas avermelhadas nos cotovelos e nos joelhos, irritações no couro cabeludo, coceiras e comichões, etc. São os incômodos característicos da psoríase. “A renovação da pele é muito rápida. Em vez de 28 dias, como acontece para a epiderme normal, nas áreas atacadas pela doença ela emprega apenas 8 dias. Isso provoca um espessamento cutâneo. As células se acumulam na superfície da pele e formam uma camada de películas brancas chamadas escamas. A isso se acrescenta uma inflamação que implica em vermelhidões”, explica o médico Dominique Lons-Danic, dermatólogo no Centro de Psoríase, do Hospital Saint-Joseph, em Paris. Essa patologia não é rara: ela concerne de 3 a 5% da população. Doença autoimune de origem genética, a psoríase é às vezes associada a outras doenças do sistema imunológico como o diabetes, a doença de Crohn ou a problemas da tiroide. Basta um estímulo externo para desencadear uma erupção: um esfregão na pele, uma infecção, bem como o estresse ou choques emocionais.
A psoríase, seja ela moderada ou severa, é associada com frequência a outras patologias (excesso de peso, diabetes, hipertensão arterial ou insuficiência coronariana), e via de regra aumenta o risco de mortalidade dessas patologias. Entre 15 a 20% dos casos, a psoríase está associada a uma artrite reumatoide. “Em 80% dos casos, trata-se de uma doença benigna, mas ela pode ser problemática quando as placas ficam muito visíveis e os pacientes desenvolvem um estado de sofrimento psíquico por causa delas”, observa o dermatologista. A psoríase compromete as relações sócio-profissionais. Isso, logicamente, acarreta uma forte ressonância psicológica nas pessoas atingidas, que solicitam justamente remédios mais eficazes. Mas, infelizmente, nenhum tratamento pode garantir uma cura definitiva. É preciso, no entanto, manter o otimismo. A psoríase pode desaparecer espontaneamente sem que saibamos como e nem por que. E, para os doentes que se acham prejudicados pelas erupções regulares, existe todo um arsenal de medicamentos que asseguram as remissões prolongadas.
A bioterapia, uma nova pista de tratamento
“Desde cerca de 15 anos, sabemos como controlar todos os tipos de psoríase”, afirma o médico Lons-Danic. As afecções mais espalhadas são curadas com cremes e pomadas à base de corticoides que tratam a inflamação. Quanto às psoríases moderadas ou severas, podemos lançar mão da fototerapia, ou seja a exposição aos raios ultravioletas, em clínicas médicas. A luz do sol acalma os pruridos e reduz a extensão das placas. Única precaução: não superar duzentas sessões no decurso de uma vida para se evitar qualquer risco de câncer de pele.
Podemos também acrescentar o uso de medicamentos imunodepressores: eles diminuem a atividade dos linfócitos e controlam a inflamação. Por fim, a bioterapia constitui agora uma nova pista de tratamento. Trata-se, é verdade, de uma técnica um tanto incômoda (doses injetáveis a cada quinze dias até durante dezoito semanas, segundo a molécula), mas certamente eficaz. Tais medicamentos asseguram muitos anos de remissão. “Hoje, 30% dos pacientes renunciaram aos tratamentos e alguns médicos acham que a psoríase na verdade não tem tratamento. Mas isso é falso!”, insiste o Dr. Lons-Danic.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: