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      Boas ações. Seu efeito inesperado nas crianças

      Pré-adolescentes acostumados com gestos altruístas são mais felizes e mais integrados na sua classe, de acordo com um estudo

      Boas ações. Seu efeito inesperado nas crianças
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      Por Pauline Fréour - Le Figaro

      Compartilhar o almoço, confortar alguém que parece cansado: sob aparências insignificantes, estes pequenos gestos altruístas poderiam trazer inúmeros benefícios para quem começar a praticá-los. E não somente nos adultos. Os pré-adolescentes também ganhariam em termos de sentimentos de felicidades e de laços sociais na sua classe, de acordo com um estudo americano-canadense publicado na revista Plos One.

      A ideia que uma boa ação cria felicidade não apenas no destinatário, mas também em quem está por trás dela, não é nova. No entanto, seus efeitos nos pré-adolescentes eram mais incertos. Para terem certeza, pesquisadoras da Universidade da Califórnia (Riverside) e da Universidade da Colúmbia britânica monitoraram 415 crianças, de 9 a 11 anos de idade, matriculados na região de Vancouver. Inicialmente, elas pediram para as crianças com que outros alunos na sua classe elas estariam dispostas a trabalhar. E as crianças foram divididas aleatoriamente em dois grupos. Durante um mês, o primeiro grupo tinha como tarefa realizar gestos agradáveis perante terceiros, tal como compartilhar seu lanche, fazer um carinho na sua mãe quando ela parecia cansada. As crianças do segundo grupo tiveram que anotar todos os lugares agradáveis que tinham visitado (seus avós, shopping center, quadra de esportes).

      No final da experiência, as crianças dos dois grupos sentiram-se mais felizes do que antes. Por outro lado, as que tinham realizado boas ações, ficaram com uma mente mais aberta, perante terceiros em relação ao outro grupo: para a pergunta inicial «Com quem você aceitaria trabalhar em grupo », a quantidade de pessoas citadas individualmente tinha aumentado significativamente em crianças do grupo «boa ação».

      Enfatizar o que está indo bem

      Um resultado que não surpreende a psiquiatra infantil Gisèle George, autora de La confiance en soi de votre enfant (A autoconfiança do seu filho, ed. Odile Jacob). A autoestima é o que permite a criança encontrar seu lugar face aos seus colegas: é por isso que aquelas que sentem falta são muitas vezes o alvo principal das zombarias. «Mas assim que a autoestima melhora é comum ver os ataques pararem, simplesmente porque a atitude da criança mudou. Ela parece então menos vulnerável e se aproxima mais dos outros », explica o Dr. George. No entanto, «mais do que no adulto, a autoestima da criança depende muito da avaliação das pessoas a sua volta. É desse modo que ela aprende mais sobre si mesma, com suas habilidades e fraquezas. E quando ela ajuda um terceiro, a criança vê sua autoestima reforçada duplamente: por um lado, porque ela vê que ela é capaz de fazer o bem para terceiros e, por outro lado, porque os outros a elogiam ou a agradecem.»

      Infelizmente, a atitude dos pais ou dos professores em nossa sociedade não incentiva suficientemente a construção desta autoestima, lamenta a psiquiatra infantil. «Os gestos para desenvolvê-la são simples. especialmente a forma como conversamos com a criança para avaliar suas competências: é melhor salientar o que ela faz bem e continuar sobre o que ela pode melhorar ao invés de insistir imediatamente sobre o que ela errou. Pode se tratar, por exemplo, de parabenizá-la pelo fato de ela arrumar seu quarto espontaneamente ou, discutir sobre o modo como ela se preparou para ter uma boa nota».

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