Brasil desencanta e goleia Equador
Seleo vence por 4 a 2, com dois gols de Alexandre Pato e dois de Neymar, e garante primeiro lugar do Grupo B; torneio, finalmente, comeou para a equipe brasileira; domingo enfrenta o Paraguai, s 16h
Por Márcio Kroehn_247 – Mano Menezes entrou em campo de terno e gravata ao invés de vestir o tradicional agasalho da Seleção Brasileira. Ele escolheu o momento certo para mostrar a seriedade que a roupa social indica: o Brasil, após dois empates na Copa América, não podia pensar em perder para o Equador, na partida decisiva pelo Grupo B da competição. Minutos antes, a Venezuela conseguiu arrancar um empate heroico por 3 a 3 com o Paraguai, o que garantiu a classificação das duas equipes para próxima fase. E Mano não ficou apenas na mudança de aparência. Do time que enfrentou os venezuelanos, Maicon entrou no lugar de Daniel Alves e Jadson deu lugar para Robinho. O técnico queria que o time brasileiro jogasse mais pelas pontas e prendesse menos a bola. Nos primeiros minutos, a Seleção começou no ataque, menos individualista. Neymar, que mostrou mais movimentação, em chute forte assustou. Em seguida, o zagueiro Thiago Silva desviou escanteio para fora. Era dia de ver aquele futebol brasileiro que o torcedor gosta de assistir? Era muito cedo para responder.
Os equatorianos equilibraram a disputa e passaram a trocar passes no meio campo. O Brasil só cercava e esperava uma oportunidade de encontrar a defesa adversária aberta. Maicon era boa opção pela direita. O lado esquerdo estava cego. Mas aos 27 minutos, dois criticados apareceram. O lateral André Santos cruzou e Alexandre Pato se antecipou aos zagueiros, como um autêntico centroavante, e cabeceou forte, sem chances para o goleiro Elizaga: 1 a 0. O ritmo do jogo, porém, não mudou. O Brasil continuava morno em campo, com Ganso sumido. Aos 36, o Brasil voltou a ter um momento de inspiração: Maicon foi à linha de fundo, tocou para Robinho, que acertou a trave. Como quem não faz toma, no lance seguinte o castigo veio da pior maneira. O centroavante Caicedo aproveitou um bate-rebate e chutou rasteiro, da meia lua da grande área, no meio do gol. Júlio Cesar se posicionou para a defesa, mas sentiu a bola escorregar pelo seu corpo antes de entrar: 1 a 1. A falha do goleiro brasileiro não podia desestabilizar a equipe. Mas foi o que quase aconteceu no final do primeiro tempo. O Equador, que não venceu nenhuma das oito partidas que fez pela Copa América desde 2001, ameaçava desclassificar a Seleção: aos 44, Arroyo chutou cruzado e Júlio Cesar conseguiu espalmar. Quando o juiz apitou, os equatorianos foram para o vestiário com seis finalizações a cinco. Uma vantagem incômoda que preocupava.
O Brasil voltou sem modificação para a etapa final. Ou melhor, com uma. Logo aos 3 minutos, Neymar recebeu de Ganso e, de primeira, fez 2 a 1. A jovem equipe queria evitar nervosismos ou sustos. Mas, como dizia Garrincha, esqueceram de combinar com o adversário. Outra vez Caicedo, aos 13, chutou rasteiro e contou com a infelicidade de Júlio Cesar, que falhou novamente: 2 a 2. O time parecia abatido, o que durou apenas dois minutos. Em uma bonita troca de passe, Robinho tocou para Ganso que, de primeira, achou Neymar, que fintou e chutou forte. Elizaga e Pato, prensado por dois, conseguiu acertar o chute para fazer 3 a 2. Um lance que começou com classe e terminou na raça. Foi a jogada que faltava para acordar a Seleção. A partir desses 15 minutos, os equatorianos não jogaram mais e a equipe brasileira foi se soltando e fez o quarto gol como o técnico Mano Menezes imaginava. Maicon foi à linha de fundo aos 26, levantou a cabeça, viu Neymar entrando sozinho, que só teve o trabalho de completar para as redes. O abraço do atacante no lateral recompensava o trabalho do melhor jogador em campo. O placar de 4 a 2 seria o resultado final, mas poderia ter sido muito mais, pelas chances que a equipe criou no final da partida. Fred, Maicon e Robinho, que fez um gol legal, mas bandeirinha deu impedimento, podiam ter fechado em, pelo menos, 7 a 2. Mas seria demais para um time que, enfim, desencantou. A Copa América começou para o Brasil, que terminou em primeiro no Grupo B e enfrenta o Paraguai no próximo domingo, às 16 horas, em La Plata.
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