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    Brasileiros não aceitam mais corrupção, diz Simon

    Ao comparar as manifestações realizadas no Brasil com outros protestos que eclodiram no mundo nos últimos anos, senador gaúcho avaliou que a principal marca das reivindicações dos brasileiros é o descontentamento com a corrupção; Pedro Simon criticou ainda a presidente Dilma pela proposta de plebiscito, mas reconheceu a necessidade de mudanças na forma de escolher representantes

    Brasileiros não aceitam mais corrupção, diz Simon (Foto: Geraldo Magela)
    Gisele Federicce avatar
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    Agência Senado - Em pronunciamento nesta sexta-feira (12) o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que as manifestações que tomaram o país a partir de junho causaram surpresa para as instituições, incluídos o Congresso, o Executivo e o Judiciário.

    Os protestos, observou o parlamentar, apresentaram uma pauta diversa de reivindicações, mas eclodiram a partir da exigência da redução da tarifa de transporte público.

    – Ninguém antecipou a avalanche humana que tomou nosso país durante a Copa das Confederações. Boa parte da indignação era dirigida aos estádios que foram ou estão sendo erguidos com cifras milionárias – disse Simon, que criticou a elitização desses espaços.

    Ao comparar as manifestações realizadas no Brasil com outros protestos que eclodiram no mundo nos últimos anos – como a Primavera Árabe, que começou pela Tunísia e se espalhou pelo norte da África e pelo Oriente; e o Occupy Wall Street, nos Estados Unidos – o parlamentar avaliou que a principal marca das reivindicações dos brasileiros é o descontentamento com a corrupção.

    – Na verdade, a tarifa de transporte era apenas a gota d'água. A indignação ia muito além. Os brasileiros não aceitam mais conviver com a corrupção – afirmou o senador.

    Nesse sentido, Simon lembrou que o julgamento do chamado Mensalão, no ano passado, foi exemplar. O senador acrescentou que uma grande vitória dessas manifestações foi a derrubada "por votação arrasadora" da PEC 37/2011, que retiraria poderes do Ministério Público da União.

    – Poderia até ter sido chamada de PEC da vingança. Mas, felizmente, foi enterrada, após ter sido denunciada com veemência por cartazes e guizos nas ruas do país – registrou.

    Reforma política

    Simon ainda criticou a presidente Dilma Rousseff por tentar viabilizar, em resposta às manifestações, uma proposta de reforma política por meio de plebiscito, mas reconhece a necessidade de mudanças na forma de escolha dos representantes do povo.

    – Essa tarefa é intransferível, ela pertence ao Congresso Nacional. Cabe a nós senadores e deputados fazer a reforma política, afinados com o que se ouve nas ruas – disse Simon.

    O senador gaúcho ressaltou que os brasileiros também foram às ruas por "um sistema educacional melhor, uma assistência médica mais decente e um sistema de transporte mais humano".

    – O povo brasileiro quer um governo melhor e mais eficiente, um governo que crie e implante medidas efetivas para melhorar os serviços públicos – disse.

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