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Briga em ato do PT no Recife mostra que ainda há racha

Discussões e até troca de tapas marcaram o ato de comemoração dos 33 anos PT no Recife; isso porque petistas ligados ao ex-prefeito João da Costa, que não foi convidado para o encontro, não tiveram seus nomes citados no cerimonial; por outro lado, o presidente do PT em Pernambuco, Pedro Eugênio, minimiza confusão e diz que "falhas acontecem"

Briga em ato do PT no Recife mostra que ainda há racha
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Leonardo Lucena _PE247– Desunião. Essa é a palavra que ainda define o PT recifense. No ato de comemoração dos 33 anos do partido, que ocorreu no último sábado (9), em um hotel da Zona Sul do Recife, agressões verbais e até troca de tapas marcaram aquilo que poderia ser uma festa, mas não foi. Isso porque petistas ligados ao ex-prefeito João da Costa, que não foi convidado para comparecer ao encontro, não tiveram seus nomes citados no cerimonial por proibição da organização do evento, segundo o deputado estadual André Campos. Por outro lado, o presidente do PT de Pernambuco, o deputado federal Pedro Eugênio, tentou amenizar o fato e disse que "falhas acontecem". O evento mostrou que a instabilidade interna do partido na capital está longe do fim.

O racha interno no PT vem desde o ano passado, quando houve a prévia partidária, disputada entre o então prefeito João da Costa e o deputado federal na época, Maurício Rands. A primeira disputa foi cancelada por denúncias de fraudes na votação que teriam favorecido o chefe do Executivo estadual. O clima ficou instável, com constantes trocas de farpas e até ataques pessoais. Alegando a necessidade de haver consenso, a Direção Nacional do PT apresentou o nome do senador Humberto Costa para se candidatar a prefeito, tendo como vice o ex-prefeito João Paulo, que já era o principal desafeto político do seu sucessor, João da Costa.

A instabilidade continua. No cerimonial, petistas ligados a João da Costa, como o secretário municipal de Habitação, Eduardo Granja, o deputado estadual André Campos e o presidente do PT no Recife, Oscar Barreto, não tiveram seus nomes citados. Não se enquadrou nesta lista o deputado federal Fernando Ferro, que também protestou contra a organização do evento. Já o presidente estadual da legenda tentou amenizar os protestos e afirmou que era natural ocorrerem falhas. Porém o argumento não convenceu os defensores de João da Costa e um deles, o secretário Eduardo Granja, chamou o dirigente de "frouxo".

Houve até manifestação do tipo "Hipocrisia, cadê a democracia". O evento serviu para mostrar que o PT continuará amargando prejuízos por causa de desafetos políticos internos. Curiosamente, se antes das eleições de 2012 o partido já tinha de lidar com o rompimento entre os "Joões", depois, ao decorrer da campanha, Humberto Costa dava a entender que João da Costa, cuja candidatura foi impugnada no primeiro semestre de 2012, estava ao lado do candidato Geraldo Júlio (PSB).

O PT tentou realizar algumas reuniões após as eleições, que teve como desfecho a perda da hegemonia de 12 anos frente à prefeitura do Recife pelo partido, mas não conseguiu em duas ocasiões por falta de quórum. Houve um encontro, na terceira tentativa, mas nada que colocasse um basta na instabilidade interna. Não havia clima, assim como ainda não há, nem para fazer uma reunião e discutir os rumos do partido. Pelo visto, 2013 será mais uma temporada de racha no PT. Isso porque uma das pautas deste ano e que foi objeto de rachas no final de 2012 foi o Processo de Eleições Diretas (PED), que acontece em novembro deste ano.

Um total de 22 mil filiados não pode se inscrever, sendo a maioria ligada a João da Costa. O prazo para a inscrição foi até o dia 10 de novembro, mas foi expirado. Nos bastidores, circulou a informação de petistas ligados a Humberto Costa e João Paulo tiveram influência para que a expiração do prazo, além de denúncias de infidelidade partidária contra a ala de João da Costa no PED, mas ambos os casos não foram provados.

O racha do PT na capital pernambucana continua a prejudicar a imagem do partido perante opinião pública no caso do Recife e, embora falte um ano e meio para as eleições 2014, a desunião interna pode, mais uma vez, jogar as urnas contra o partido no pleito para governador do ano que vem. Resta saber até quando vai a instabilidade e se será preciso mais uma derrota nas urnas para o partido ao menos tentar dar os primeiros passos rumo à união intrapartidária.

Fotos: JC Imagem

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