Cabelos de arrepiar. Os mistérios genéticos de nossos pelos
Sombrancelhas exuberantes, barbas ralas e cabelos encaracolados: nossos pelos estão inscritos em nossos genes. Pesquisadores se interessaram pelos mecanismos que estão por trás de nossos pelos.
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Por: Soline Roy – Le Figaro
Termoregulação, camuflagem, funções sensoriais ou sociais: nossos pelos e cabelos têm muitas responsabilidades. Mas se o homem perdeu muito de seus pelos no decorrer da evolução, ele é provavelmente o animal que, deste ponto de vista, apresenta a maior diversidade dentro de uma mesma espécie. Sendo assim, os geneticistas têm desvendado constantemente os segredos de nossa pilosidade.
Um estudo publicado por uma equipe internacional na revista Nature Communications, examinou os genes de mais de 6 mil habitantes da América Latina, para identificar as variações genéticas na origem das características dos cabelos e da pilosidade facial. Eles lançaram 10 associações desconhecidas até agora. Dentre elas, uma nova variante (conhecemos outras) influenciando a textura do cabelo (de liso a crespo, passando por cachos ou ondas) ou sua inexistência. Mas, acima de tudo, os pesquisadores identificaram pela primeira vez, os elementos por trás dos cabelos grisalhos, da monocelha e da barba rala.
O estudo de uma população sul-americana (6 357 indivíduos, incluindo 2 922 homens) é esclarecedor, porque seus antepassados são uma mistura de Europeus, Africanos e nativos do continente americano.
Entre os genes recentemente identificados, o IRF4 e o FAX3 estariam na origem, o primeiro, pelos cabelos grisalhos, o outro pela «monocelha» que adorna alguns rostos bem conhecidos, como o de Frida Kahlo. Já sabíamos a respeito do IRF4 que ele influencia a produção de melanina, portanto a cor do cabelo, e que uma de suas variantes, o “alelo T” (presente principalmente nos Europeus), foi responsável pelos cabelos claros; os autores mostram aqui, que este último também está associado a um aumento do envelhecimento capilar, provavelmente devido a uma disfunção das células tronco dos melanócitos no folículo.
«A elucidação da arquitetura genética das variações normais das características capilares tem implicações para além das biociências básicas », concluem os pesquisadores. E eles sugerem duas pistas para fazer frutificar sua descoberta. Uma, pretende nos tornar belos e jovens por mais tempo, nomeei a indústria cosmética, que poderia tentar corrigir este “alelo T” feio em vez de nos vender tinturas; no entanto, os autores concordam que a manipulação genética para fins estéticos é eticamente questionável.
Na ausência de um interesse cosmético, estas informações poderão fazer a alegria da medecina forense. Quem sabe, atender melhor este sonho de policial: não ser mais necessário solicitar a memória, às vezes falha das testemunhas, para estabelecer retratos-robôs de suspeitos a partir de um simples fragmento de DNA.
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