Cachoeira: Marconi é sócio em avião de R$ 4 milhões
Revista poca apresenta udio da PF em que o contraventor reclama para Wladmir Garcez que esto levando bola nas costas em negcio e, para Cludio Abreu, que no pode vazar que ele tem casa para vender em Alphaville do Marconi
Goiás 247 – O governador Marconi Perillo (PSDB) e dois empresários são apontados como sócios e um avião de pequeno porte pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. A informação está no site da revista Época e foi obtida em áudio de mais uma conversa gravada pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
O diálogo é entre o contraventor e seu braço direito, Wladmir Garcez, ex-vereador de Goiânia pelo PSDB. Aconteceu às 22h30 do dia 18 de abril do ano passado. Cachoeira avalia a aeronave em R$ 4 milhões, e se mostra incomodado por estar “levando bola nas costas”.
Os sócios de Marconi Perillo seriam um empresário chamado Wélber e Rossine Aires Guimarães.
Cachoeira: “Wélber, aquele cara de Brasília, ele é sócio do Marconi no avião aí com o Rossine (...). Pagou R$ 4 milhões, um trem assim. O Marconi tem 50%, o Rossine tem 25%, e esse Wélber tem 25.”
Wladmir: “Aquele dia, ele (a PF não identifica quem seria “ele”) falou que era amigo dele, você lembra?”
Cachoeira: “Tô te falando uai, esse trem aí... Nós tamo levando bola nas costas de todo mundo”.
Cachoeira, registra a revista, não admitia sombras em seus negócios. O governador respondeu por meio de nota. Nela, afirma: “Nunca participei de nenhuma sociedade com as pessoas citadas e jamais adquiri qualquer tipo de aeronave.”
Diz ainda a reportagem de Época:
Rossine Aires Guimarães é um empresário com origem em Catalão, Goiás, com negócios também em Tocantins e Mato Grosso. Em 2010, ele doou R$ 800 mil ao PSDB de Goiás durante a campanha que elegeu Perillo. Rossine é apontado pela PF como sócio de Cachoeira na Ideal Segurança. Os outros sócios são Cláudio Abreu, o diretor demitido da Delta Construções no Centro-Oeste, e o delegado federal Deuselino Valadares, suspeito de fazer parte da quadrilha. Além de parceiro de Cachoeira, Rossine é sócio da Vale do Rio Lontra, empresa que manteve contrato com a Agência Goiana de Transportes e Obras. O acerto foi rescindido no ano passado pelo governo de Goiás. ÉPOCA não conseguiu falar com Rossine.
Rossine é mencionado em outro diálogo capaz de constranger Perillo, sobre uma transação imobiliária com a casa do governador num condomínio de luxo em Goiânia. Em 9 de abril de 2011, Cachoeira recebeu a ligação de um empresário interessado na compra da casa que pertencera a Perillo. Segundo as gravações, Cachoeira desconversa. Em seguida, telefona para Cláudio Abreu e lhe dá uma bronca. “(Para) de falar para os outros que eu tenho casa para vender em Alphaville do Marconi, rapaz!”, diz Cachoeira. Abreu joga a responsabilidade para Rossine. “Que eu falei, rapaz? É o Rossine que falou lá. Tá doido?”, afirma Cláudio. “Não pode falar de jeito nenhum que eu tenho casa para vender. Tem que dizer que o Rossine pegou isso atravessado.” Cachoeira telefonou para o interessado no negócio e encerrou o episódio. Alguns dias depois, em diálogo com sua mulher, Andressa Mendonça, Cachoeira diz ter de rasgar “urgente” o contrato de compra e venda de uma casa e registrá-la em nome de um laranja. Andressa não gostou. Na gravação, ela exige que a escritura seja feita no nome dela. Segundo os investigadores, é a mesma casa que pertenceu a Perillo até ele assumir o governo de Goiás.
Em relação ao imóvel, a reportagem da revista Época fala ainda de “coincidências, generosidades e desencontros que só acontecem entre políticos”.
Perillo afirma que imaginava ter vendido a casa para Garcez. Diz que só descobriu que a casa estava registrada em nome do empresário Walter Paulo Santiago quando a escritura foi passada em cartório. O empresário Santiago afirma ter emprestado a casa – de graça – para Garcez e não saber quem morava no local. Por que Cachoeira queria esconder seu vínculo com a casa, mesmo morando lá havia três meses? E como venderia uma casa da qual nem era proprietário? Perillo diz que nunca soube da participação de Cachoeira nessa transação imobiliária. Afirma ter encontrado o bicheiro em poucas ocasiões. Cachoeira, no entanto, sempre esteve por perto. Foi exatamente na porta dessa mesma casa que a PF bateu, na manhã de 29 de fevereiro deste ano, para prendê-lo.
Para ler a reportagem de Época e ouvir os áudios, clique aqui.
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