Campanha contra corrupção apresenta dados
No lançamento, em Alagoas, da campanha "Corrupção, Não!", encabeçada pelos MPFs de 21 países iberoamericanos, dados foram apresentados sobre o ressarcimento de recursos aos cofres públicos devidos aos casos de corrupção confirmados no Estado; de 2014 até agora, quase R$ 14 milhões foram recuperados; envolvidos em esquemas pagaram R$ 94 milhões em multas; objetivo da campanha é atingir os jovens de 16 a 33 anos, que são mais intolerantes à corrupção
Alagoas247 - De 2014 até agora, a Justiça Federal determinou o ressarcimento de quase R$ 14 milhões aos cofres públicos devido aos casos de corrupção confirmados em Alagoas. Além disto, decidiu pelo pagamento de R$ 94,7 milhões em multas aos personagens envolvidos nos esquemas. Durante este período, 10 pessoas foram condenadas por participação na trama denunciada na operação Guabiru e mais 11 na Navalha, totalizando 21 condenados.
Estes dados do Núcleo de Combate à Corrupção foram apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas, nesta sexta-feira (12), no lançamento da campanha "Corrupção, Não!", encabeçada pelos MPFs de 21 países iberoamericanos. O evento acontece na sede do órgão, localizada no Barro Duro, em Maceió. A campanha vai ocorrer, principalmente, nas redes sociais, com publicações (e também por meio de inserções rápidas na TV, nas emissoras de rádios e no cinema). As escolas, da mesma forma, são alvos.
O objetivo da campanha, segundo o procurador da República Rodrigo Tenório, é atingir os jovens de 16 a 33 anos, que são mais intolerantes à corrupção. Nessa faixa etária, conforme o MPF, 70% das pessoas tem acesso às redes sociais e internet. “É o grupo que vai receber uma atenção especial e que pode mudar nosso futuro. O foco é a mudança de pensamento. Não podemos mais ter discussões formais, em eventos oficiais, sobre a corrupção. Precisamos levar isso para a sociedade e trazer ela para perto desse combate”, afirma.
No Brasil, conforme o procurador, há mais de 600 mil presos respondendo por corrupção. Destes, apenas 700 são por crimes de colarinho branco. A pena para corrupção vai de 2 a 12 anos de reclusão. "Precisamos evoluir nesses números e a campanha não é à toa. Ela reflete uma obrigação assumida pelo Brasil na convenção americana contra a corrupção”, reforça Rodrigo Tenório. Em Alagoas, ele destaca que entre 2014 e 2015, foi determinado o ressarcimento de R$ 13,8 milhões em casos de corrupção. As ações foram movidas na Justiça Federal pelo MPF.
Estudo sobre corrupção
Ele apresentou umas análises mais técnicas que revelam que, quanto mais pobre o país, maiores os índices de corrupção. E resolveu fazer um estudo de caso em Alagoas. Escolheu os municípios de Traipu, no Agreste, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,48 (primeiro lugar em pobreza em Alagoas e IDH igual ao do Haiti, nação mais pobre do mundo) e Olivença, com IDH de 0,53 (12º em pobreza no estado). Traipu, segundo ele, tinha 12 processos por desvio de dinheiro e Olivença, seis.
A estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) é que o custo anual da corrupção chegue a R$ 2,6 trilhões por ano no mundo. "Temos outro problema que atrapalha o combate à corrupção, que é a postura do povo brasileiro. Em uma pesquisa do Ibope, 75% das pessoas disseram que cometeriam atos de corrupção se tivessem a chance", citou o procurador.
Solenidade
Durante o lançamento da campanha, quatro alunos da Escola Estadual Fernandes Lima foram premiados por um concurso de redação. O procurador da República Rodrigo Tenório proferiu uma palestra na unidade de ensino e, depois, os estudantes teriam que fazer redações sobre o tema ministrado.
Foram premiados os alunos Bruno João Almeida, Vanessa Thais Rodrigues, Lucas Eduardo de Brito e Maria Camila Coutinho. “Aqui, nesse auditório, está parte do nosso futuro. Que nós consigamos ter um pouco de esperança no futuro do nosso país. Parabenizo o MPF pela campanha e espero que renda bons frutos”, elogiou Patrícia Tavares, diretora da escola.
Com gazetaweb.com
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