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Camponeses marcham pela Reforma Agrária no RS

Dando continuidade à Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina, cerca de 4 mil camponesas e camponeses realizaram marcha, em Porto Alegre; homens, mulheres, jovens e crianças caminharam quase 8 m, reivindicando a Reforma Agrária Popular, a garantia da soberania alimentar, o reconhecimento dos direitos dos atingidos por barragens e a criação de políticas públicas para a agricultura camponesa

Dando continuidade à Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina, cerca de 4 mil camponesas e camponeses realizaram marcha, em Porto Alegre; homens, mulheres, jovens e crianças caminharam quase 8 m, reivindicando a Reforma Agrária Popular, a garantia da soberania alimentar, o reconhecimento dos direitos dos atingidos por barragens e a criação de políticas públicas para a agricultura camponesa (Foto: Leonardo Lucena)
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Sul 21 - Dando continuidade à Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina – que começou na terça-feira -, cerca de 4 mil camponesas e camponeses realizaram marcha, nesta quarta-feira (11), em Porto Alegre. A concentração foi às 06h30, no monumento ao Laçador, próximo ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, e seguiu em direção ao centro da Capital. Homens, mulheres, jovens e crianças caminharam quase 8 quilômetros, reivindicando a Reforma Agrária Popular, a garantia da soberania alimentar, o reconhecimento dos direitos dos atingidos por barragens e a criação de políticas públicas para a agricultura camponesa.

O cortejo seguiu pela Avenida Farrapos, atraindo simpatizantes pelo caminho. Ao passar pelo Comitê Porto Alegre de Ação da Cidadania, foram saudados pelas trabalhadoras com aplausos. “Eles que garantem o nosso alimento. Estão certos. Hoje eu levei meia hora a mais no ônibus para vir trabalhar, mas compreendo. Não conseguimos nada se não formos à luta neste país”, disse a coordenadora do Comitê, Inês Rosa.

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Ao chegar ao centro de Porto Alegre, a multidão foi saudada por moradores das janelas dos prédios na Avenida Mauá. No caminhão de som, os dirigentes repetiam as razões pelas quais estavam na rua e pediam a compreensão dos motoristas.  “O principal motivo é que estamos contrapondo a proposta de desenvolvimento com foco no agronegócio. Nós queremos construir um modelo de agricultura com base ecológica para alimentar a população brasileira e não exportar para engordar as vacas da Europa”, disse o membro da direção do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Ivonildo Vieira.

Os camponeses também exigem o assentamento de todas as famílias acampadas no país e a desburocratização na liberação dos créditos agrícolas para as famílias assentadas. Somente no Rio Grande do Sul, quase 3 mil famílias permanecem acampadas, à espera de assentamento. “Nossa produção representa 80% da alimentação brasileira. Mas, infelizmente, é uma produção invisível. Precisamos discutir o modelo de comercialização do nosso produto para não cair na concentração dos grandes mercados e dar lucro para poucos”, complementou Ivonildo.

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Movimentos denunciam desalojamento de 13 mil famílias 

A jornada também cobra políticas públicas para o fim da violência e a melhoria de vida das mulheres, a suspensão dos projetos das barragens de Garabi, Panambi e Itapiranga, no Rio Uruguai. Pescadora há 10 anos, Tereza Maciel veio da cidade de Alecrim, município que receberá o Complexo Hidrelétrico Garabi-Panambi, para denunciar o desalojamento de 13 mil famílias da região. “As barragens são fábricas de sem teto. Ainda não há uma política de direitos sobre isso. Então as empresas fazem à maneira que entendem melhor. Lá na região de Panambi /Garabi, a empresa já está fazendo o pré-cadastro, mas seleciona quem ela entende que está sendo atingido. As pessoas realmente atingidas não estão sendo cadastradas”, afirmou.

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As obras da Eletrobras em parceria com a empresa argentina Empreendimentos Energéticos Binacionales S.A. (Ebisa) foram freadas por conta de manifestações do Movimento dos Atingidos por Barragens. O custo estimado é de US$ 5,2 bilhões e a previsão do governo federal é gerar 2.200 MW, energia a ser igualmente dividida entre os dois países. “Que modelo de desenvolvimento é este que nos encurrala para as periferias das cidades? Não será uma energia que virá para nossa população, será para meia dúzia de pessoas de classes elevadas. Sabemos que existem outras formas de energias alternativas para nosso país. Não precisamos atacar a única corrente de água que ainda temos no Rio Uruguai. As outras sete barragens que temos no Estado já estão extinguindo o peixe dourado. Vamos seguir resistindo”, defendeu Tereza.

Por decreto do ex-governador Tarso Genro, as famílias da região noroeste do Estado não poderão ser despejadas sem garantia de realocação. No entanto, os movimentos ainda não tiveram audiência com o atual governador, José Ivo Sartori. “Esta é a nossa grande preocupação, porque tiramos de lá o nosso sustento. Na nossa propriedade, já estamos na quarta geração que sobrevive daquela terra”, disse a pescadora.

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Os camponeses deixaram a Praça da Alfândega ao final da manhã e rumaram para a sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde centenas de militantes estão acampados desde a terça-feira (11). Ao longo da tarde, alguns grupos dirigentes esperam ser recebidos pelo governo estadual. A jornada iniciou na terça-feira (10), com atos das mulheres da Via Campesina, ocupação de fábricas em Taquari e a ocupação da sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. A previsão é que permaneçam no local até o final da Jornada de Luta

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