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Campus Party chega ao fim com lições de vanguarda

Depois de seis dias de debates, maior evento tech do Brasil termina com importantes lies para governos e empresas privadas; necessrio investir em tecnologia e nos pblicos digitais para construir uma sociedade mais bem-sucedida

Campus Party chega ao fim com lições de vanguarda (Foto: Felipe L. Gonçalves/247)
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Diego Iraheta _247 – Em 1985, um livro aclamado por cientistas sociais mostrou como a comunicação eletrônica estava transformando a sociedade. A obra No Sense of Place (Sem Percepção de Lugar), de Joshua Meyrowitz, reflete o impacto da chegada do rádio e, principalmente, da televisão aos lares norte-americanos. Homens e mulheres, grupos outrora bastante díspares, passavam a conhecer hábitos e pensamentos uns dos outros. Pelas imagens, crianças podiam descobrir o universo dos adultos, que começavam a entender melhor sobre seus filhos. Cidadãos desmistificavam seus líderes, ao vê-los e ouvi-los dioturnamente.

A internet provocou um efeito semelhante. Por meio do Google, Wikipedia, blogs e afins, conhecemos cada vez mais uns sobre os outros, independentemente dos grupos aos quais pertencemos. Com mais conhecimento e um turbilhão de informações online, a geração atual torna-se mais esclarecida e, por isso, mais tolerante com as diferenças e os diferentes. A Web vai, no entanto, além da possibilidade de busca, descoberta e aceitação.

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A tevê e o rádio nos deixam em uma posição de espectador (a despeito das n mil formas de ação posterior). Já a internet nos convida a agir em tempo real: a postar, comentar, desconstruir. Tudo no ato! Viramos atores, jornalistas, stand-up stars, programadores, nerds profissionais.

Foi essa geração de jugglers hiperativos que lotou a arena do Anhembi de 6 a 12 de fevereiro. A Campus Party Brasil 2012 reuniu 7,5 mil campuseiros para apresentar tendências da tecnologia no futuro, mas principalmente para captar o potencial dos públicos digitais. E, a partir daí, construir o futuro colaborativista que marca a vida nas redes sociais e humanas.

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O pesquisador indiano Sugata Mitra encantou os brasileiros com seu otimismo relacionado à educação. Defensor do computador e do tablet em sala de aula, provou por a + b que, sim, a tecnologia pode fazer-nos mais inteligentes, nivelar-nos por cima. O ensino de hoje não pode ser pautado no velho modelo de 300 anos atrás. Um projeto pedagógico transformador, que atenda às necessidades da sociedade atual, precisa focar em quem é essa criança hoje.

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E ela é conectada ou, ao menos, disponível para conectar-se. Em suas experiências, Mitra constatou que, em apenas duas horas, pequenos podem desenvolver apps se lhes for disponibilizado computador… O que faz das crianças de hoje mais sapientes que os pais? São os próprios canais de informação, com suas instruções acessíveis na internet.

Por isso, Mitra repete o mantra: “Dê computador e banda larga para as crianças.” Pronto. Observemos os efeitos. “Sete mil dessas crianças estão sentadas aqui agora”, referiu-se o perito em educação aos campuseiros. Não há melhor síntese. Quase 80% dos participantes da feira geek tinham de 18 a 29 anos. Empreendedores, diretores de start-ups, desenvolvedores de apps atraentes para qualquer empresa do mainstream, designers 2.0, especialistas em hardware, software ou mash-up. Agitadores e malabaristas digitais, uma geração cujas regras vão na contramão de “regulação” – ou melhor, de censura (vide confronto com SOPA e PIPA).

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Sim, o computador e a Web nivelam por cima. Uma criança pode aprender muito mais que pela televisão e pelo rádio. Um adolescente pobre, conectado, pode ser tão bem-sucedido quanto um adolescente de família abastada. Ao se informar e adentrar o mundo de bits e bytes, avança a tal ponto que os limites offline tornam-se apenas um detalhe.

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É evidente que esse prognóstico hoje é ainda muito restrito e incipiente no País. É a construção de pontes digitais pelos governos federal, estaduais e prefeituras que vai permitir a formação de uma sociedade mais conectada, educada e exitosa. As campanhas da iniciativa privada para fomentar talentos entre os jugglers também são fundamentais.

Nesse sentido, a Campus Party Brasil 2012 encerra suas atividades como exemplo de vanguarda. Celeiro dos jugglers hiperativos, dá ao País esperança de uma sociedade com maior acesso à tecnologia, conhecimento e, por isso, a voz e poder.

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