Cemig, uma ação na gangorra
Ação pode disparar ou despencar, dependendo da Justiça
Do Infomoney - A Cemig (CMIG4) caminhava hoje para uma definição com a União do que pode garantir uma alta de cerca de 40% ou queda de 30% de suas ações na Bolsa - um "call" com os papéis da elétrica, que poderia ser acionado nesta quarta-feira (27). Isso se o julgamento no STJ (Supremo Tribunal de Justiça) sobre a disputa da Cemig com a União pela renovação da concessão da usina hidrelétrica de Jaguará e São Simão não tivesse sido adiado, conforme informado nesta tarde.
O adiamento ocorreu logo no início da sessão, junto com outros casos da pauta do dia. Não foi informada uma data para a retomada do julgamento, mas a próxima reunião da primeira seção, responsável pelo caso, está marcada para 10 de junho.
O placar, até o momento, está mais favorável à União, em 4 a 2, mas, no mercado, as ações da companhia são precificadas em um cenário de 50% a 50%, o que não parece muito razoável considerando a desvantagem já existente, comentaram os analistas Vinicius Canheu e Pedro Manfredini, do Credit Suisse. Restam ainda votos de dois ministros. Caso eles votem a favor da Cemig, empatando o placar, o presidente do STJ, ministro Humberto Martins, dará o voto do desempate. Mas, caso ocorra algum voto a favor da União, a disputa pode ser encerrada ainda hoje.
Ou seja, pelo preço atual, a Cemig tem muito a perder caso a decisão seja contrária à empresa, mas também espaço para andar se for favorável. Pelos cálculos do Credit, a ação da companhia pode atingir R$ 20,30, se a empresa mantiver a concessão das três hidrelétricas, incluindo Miranda, que vence em 2016 - no melhor cenário hidrológico -, ou ir a R$ 10,20, caso perca as concessões. Hoje, a ação era cotada a R$ 14,50, segundo cotação das 13h14 (horário de Brasília), o que daria um potencial de alta de cerca de 40% ou queda de 30%.
Na semana passada, o presidente da Cemig, Mauro Borges, afirmou a analistas que estava mantendo negociações com o governo federal para a renovação da concessão de Jaguara e das usinas de São Simão e Miranda. O executivo comentou que as tratativas eram "complexas", mas que esperava para o segundo semestre uma solução.
A decisão é de extrema importância para a Cemig. O balanço apertado da companhia preocupa e sem as usinas, a companhia pode atingir uma alavancagem perto de 3,5 vezes a dívida líquida/Ebitda, que mensura em quantos anos a companhia conseguirá liquidar sua dívida líquida através de sua geração de caixa. "Um nível definitivamente preocupante para a companhia, combinado ainda com um valuation caro, o que corrobora para a nossa visão negativa para a ação", argumentam os analistas do banco.
Segundo eles, as três usinas podem gerar para a companhia um valuation de mais R$ 3,50 a R$ 9,10, dependendo do preço spot de energia e o GSF (indicador que apura o déficit das hidrelétricas) e um valor aproximadamente R$ 1,00 por ação considerando as usinas Jaguará e São Simão no segundo semestre deste ano, caso a disputa se prolongue até o final do ano.
A Cemig briga na Justiça para prorrogar a concessão da hidrelétrica por mais 20 anos, conforme critérios previstos no contrato de concessão que venceu em agosto de 2013, em oposição às condições definidas pelo governo federal em 2012 para renovação onerosa do ativo.
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