Chefe da Alstom fala dos "amigos" Serra e Alckmin
José Luiz Alquéres, que foi presidente da multinacional francesa no Brasil, é citado em documentos enviados por procuradores da Suíça ao Brasil; num deles, recomenda que a empresa use os serviços do lobista Arthur Gomes Teixeira, apontado como pagador de propinas pelo MP; numa mensagem interna, transmite aos chefes na França a informação que a Alstom cresceria no Brasil. "Temos um longo histórico de cooperação com as autoridades do Estado de São Paulo, onde fica localizada nossa planta", escreveu. "O novo prefeito recém-eleito participa das negociações que vão nos permitir a reabertura da Mafersa como Alstom Lapa. O atual governador também participa", disse ele, referindo-se a José Serra e Geraldo Alckmin; com Alquéres e os contratos em São Paulo, Alstom cresceu como um foguete
A reversão veio com contratos assinados com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e com o Metrô. "Tais projetos representam um total de cerca de 250 milhões de euros", dizia Alquéres na sua comunicação com a França. "Nesse período de mudanças sofremos duas grandes derrotas em leilões públicos, coisa que não ocorria há anos. Mas ainda podemos ter sucesso nos 4 projetos que o Estado de São Paulo vai negociar ou leiloar nas próximas semanas."
Ele então cita os "amigos" que tinha nos governos tucanos. "O processo está avançando, começo a receber mensagens de parceiros em potencial, e, principalmente, dos amigos políticos do governo que apoiei pessoalmente. A Alstom deve estar presente, como no passado."
Esses emails fazem parte do processo que envolve João Roberto Zaniboni, ex-diretor da CPTM, acusado de receber propinas de US$ 836 mil. As mensagens indicam claramente que o apoio de Alquéres, no entanto, não se restringia aos escalões inferiores do governo paulista. Muitas delas foram enviadas para Philippe Mellier, presidente mundial da Alstom, e assim foram classificados pelos promotores suíçios: "E-mail Alquéres para Mellier de 18 de novembro de 2004, com possíveis indícios de atos de corrupção no contexto de projetos de transporte no Brasil".
Segundo o governador Alckmin, os contatos com Alquéres foram institucionais e visavam atrair empregos para o estado de S. Paulo.
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