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      Ciao, Bello

      Aps perder o apoio da maioria no governo, a queda de Berlusconi se tornou inevitvel. Pressionado por aliados e oposicionistas, o premi italiano disse que sai assim que as medidas de austeridade forem aprovadas

      Ciao, Bello (Foto: Remo Casilli/REUTERS)

      Roberta Namour – correspondente do 247 em Paris – A crise da dívida europeia está prestes a derrubar mais um. Depois do primeiro-ministro grego, George Papandreou, é a vez de Silvio Berlusconi ir para a berlinda. O chefe do governo italiano conquistou nesta tarde um voto decisivo para as finanças públicas na Câmara dos Deputados, graças a abstenção da oposição. No entanto, ele perdeu a maioria absoluta – um golpe que risca de ser fatal para sua queda. Pressionado, o primeiro-ministro já disse que deixa o cargo, mas só depois da aprovação de um pacote de austeridade.

      Berlusconi obteve 308 votos dos 630, o suficiente para a esquerda reforçar o coro para sua demissão. "Nós temos um problema de credibilidade com esse governo, que não se mostra capaz de lidar com a situação e de afrontá-la", constatou Pierluigi Bersani, o chefe do Partido Democrata (PD). Em seguida, o líder da oposição pediu "com toda sua força" para que o presidente do Conselho assumisse uma decisão. "Você deve se demetir", disse Bersani. Mesmo entre seus aliados, a saída de Berlusconi é aclamada. Nesta manhã, Umberto Bossi, líder da Liga do Norte, pediu o afastamento do chefe de Estado.

      Na semana passada, durante o encontro do G20, o presidente da França e a chanceler alemã colocaram o premiê italiano contra o muro. Sem apoio da maioria no país e com a imagem desgastada após uma sequência de escândalos, os líderes europeus temiam que sua permanência no cargo pudesse levar à Itália à falência. O país está afundado em dívidas e, nesse momento, é a maior preocupação da Europa. Sem a presença de uma liderança firme não há como impor as duras medidas de austeridade necessárias para tirar a Itália do buraco.

      A demissão do "Cavaliere" parece algo improvável para os italianos. Ele esteve quase sempre no poder desde 10 de Maio de 1994, chegando ao cargo de primeiro-ministro três vezes. Berlusconi tem ainda o controle dos principais meios de comunicação e é dono de bancos, empresas de entretenimento e presidente do AC Milan. A revista Forbes o classificou como a segunda pessoa mais rica da Itália e 74° homem mais rico da Europa, com uma fortuna pessoal estimada em quase 9 bilhões de dólares. Mas em seu currículo também consta uma extensa lista de corrupções e ligações com a máfia.

      Todo esse poder, no entando, não o protegeu de uma série de processos na Justiça sob a acusação de prostituição de menores. No início de setembro, ele chegou a perder a cabeça em uma ligação que vazou na imprensa, dizendo que queria deixar a Itália. "Em alguns meses me vou. Vou embora deste país de merda, do qual estou nauseado. Ponto e basta" - disse Berlusconi na conversa com Valter Lavitola, diretor e editor do jornal "Avanti!".

      Esse momento parece, enfim, ter chegado. Prepare as malas, Berlusconi. Seu fim está próximo.

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