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Collor define posto na CPI do Cachoeira: será o bedel

Senador vai tribuna do Senado dizer que atuar para impedir o vazamento de documentos sigilosos; no discurso, o ex-presidente no escondeu o rancor em relao imprensa, cuja atuao colaborou para derrub-lo do Palcio do Planalto

Collor define posto na CPI do Cachoeira: será o bedel (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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247 – O senador Fernando Collor de Melo já começa a aproveitar a tribuna que lhe caiu no colo com a vaga na CPI do Cachoeira. A comissão mal iniciou os trabalhos e Collor já escolheu seu lugar: será o bedel. Em discurso no plenário do Senado, o ex-presidente não escondeu o rancor da imprensa e disse que vai atuar na CPI para impedir o vazamento de documentos sigilosos.

Criticando jornalistas e jornais – cuja atuação, em 1992, na CPI de PC Farias, contribuiu para lhe derrubar da Presidência da República – Collor disse que seu foco e sua atenção estão voltados para que não haja vazamentos de informações protegidas. “Buscarei ainda, com a cooperação de meus pares, para que a agenda desta CPMI não seja pautada pelos meios e alguns de seus rabiscadores“, avisou.

Collor alertou para todo tipo de manipulação a que recorrem os meios (de comunicação) para deformar opiniões e induzir resultados. “Não é admissível, num país de livre acesso as informações e num governo que se preza pela transparência pública, aceitar que alguns confrades, sob o argumento muitas vezes falacioso do sigilo da fonte, se utilizem de informantes com os mais rasteiros métodos, visando o furo de reportagem, mas, sobretudo, propiciar a obtenção de lucros, lucros e mais lucros a si próprios, aos veículos que lhes dão guarida e aos respectivos chefes que os alugam” completou.

O senador garantiu que tentará evitar que certos meios se prestem a agir como simples dutos condutores de “noticias falsa ou manipuladamente distorcidas”. “E mais: que se utilizem de ações e métodos desonestos e repulsivos para escamotear a realidade dos fatos e burlar a lei”, continuou.

Collor disse considerar a indicação para compor a CPI como uma missão para qual todo parlamentar deve estar preparado em cumprimento do papel institucional de fiscalização que cabe ao Parlamento exercer. “Igualmente é preciso não deixar que o colegiado torne-se instância fadada a servir de mero palco para a vileza política e um campo fértil de desrespeito aos mais elementares direitos constitucionais dos homens públicos ou de qualquer cidadão brasileiro. Muito menos permitir, que em plena democracia, a comissão transforme-se em um autêntico tribunal de exceção”.

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