Com vitória, PSB de PE quer protagonismo interno

Paulo Emílio, Pernambuco 247 - A vitória do PSB no primeiro turno, com a eleição de Paulo Câmara para o Governo do Estado e de Fernando Bezerra Coelho para o Senado, coloca a ala pernambucana da legenda no foco central da nova composição do partido, que decide no próximo dia 13 os membros da Executiva Nacional. Além de ter derrotado o PT e seus aliados nas esferas nacional e estadual, o peso do PSB pernambucano também está ligado ao fato de poder associar o novo governador ao prefeito da capital, Geraldo Julio, e, de quebra, ter feito uma das maiores bancadas do partido na Câmara Federal, elegendo diretamente oito dos 25 parlamentares eleitos.

"Pernambuco quer ter uma posição de relevância dentro do partido Estamos aqui hoje consolidando um projeto vitorioso. Temos a prefeitura da capital, Recife, agora o governo Estadual e uma bancada grande de federais que pode ser a maior do partido. Por isso, Pernambuco quer essa posição de relevância pela história e compromisso que tem dentro do partido. Mas vamos fazer isso sem arestas", disse o prefeito Geraldo Julio em entrevista ao Estado de São Paulo.

O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, reforçou a posição defendida pelo correligionário e pontuou que Pernambuco irá brigar por mais espaços dentro do partido. "É indiscutível dizer que Pernambuco é uma força importante para o partido, uma força hegemônica. Pernambuco continua com a maior bancada de deputados federais, vai ter um senador, vai ter um governador eleito, tem prefeito de Capital. Ou seja, política é força política", disse Sileno em entrevista ao Jornal do Commercio.

O senador eleito Fernando Bezerra Coelho é outro que também ressalta que a vitória nas urnas deverá resultar em uma maior participação da ala pernambucana na direção da legenda. "Hoje já na Executiva já tem espaço mas é preciso combinar os cargos dirigentes do partido como a fundação, secretaria-geral a composição das vices. Estamos dispostos a construir a unidade do partido, mas com a marca de Pernambuco", disse em entrevista ao Estadão.

O peso da eleição para a ala pernambucana é mais do que simbólica. Nos últimos anos a legenda foi comandada pelo ex-governador Eduardo Campos, falecido em um acidente aéreo ocorrido em agosto, em Santos (SP). Anteriormente, a sigla estava sob o controle do avô de campos, o também ex-governador Miguel Arraes.

Atualmente, FBC é um dos vice-presidentes nacionais da legenda e desde a morte de Campos, Geraldo Julio vem pavimentando o seu nome como uma liderança importante do partido tanto em nível estadual como nacional. Atualmente ele está cotado para ser um dos vice-presidentes nas eleições internas da próxima semana.

Além disso, a morte de Campos também colocou a viúva e ex-primeira dama Renata Campos como uma voz ativa dentro do partido em nível nacional. Ela foi uma das responsáveis para, no dia seguinte ao funeral de Campos, que o PSB realizasse uma reunião que ajudou a selar o nome de Marina Silva como a candidata que substituiria o socialista na disputa presidencial.

Para esta parcela do PSB, mesmo que o comando central da legenda fique fora da órbita estadual o protagonismo político pernambucano estará garantido, algo que após a morte de Campos era tratado como uma incógnita. Mantida esta posição, o PSB pernambucano não deverá ser tratado como um mero coadjuvante, mas como um peso pesado nas decisões sobre o futuro da legenda.