Comandante da PM dispensa ajuda do Exército em SP

247 - Ajuda federal sim, Exército, não. Nesta sexta-feira 2, o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Roberval Ferreira França, se posicionou contra o uso de tropas militares para combater a violência na região metropolitana. A declaração foi dada durante homenagem no Mausoléu da PM, no Cemitério do Araçá (perto da Avenida Paulista), aos policiais mortos em serviço. Desde o início do ano, 89 PMs foram mortos, e outros foram atacados mesmo quando estavam de folga.

Sobre a ajuda do Exército, o comandante-geral da PM-SP foi direto: "Eu considero desnecessário". "O estado de São Paulo tem hoje 100 mil policiais militares, tem 30 mil policiais civis, nós somos o maior contingente policial da América Latina, há um grande volume de investimentos em segurança pública no estado", acrescentou. As vítimas da violência no estado não se restringem, contudo, a policiais. Em menos de um mês, foram assassinadas 151 pessoas na região metropolitan -- o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.

A tensão gerou desentendimentos entre o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto. Após quase uma semana de divergências, a presidente Dilma e o governador do estado, Geraldo Alckmin, assumiram as negociações para estabelecer um trabalho conjunto, com auxílio da Polícia Federal na investigação do crime organizado, além de vagas em presídios de segurança máxima.

“As equipes vão se reunir já a partir do início da próxima semana e vão estabelecer uma boa parceria em todas as áreas que possam ajudar", explicou Alckmin nesta sexta-feira. "Eu tenho certeza que a população vai rapidamente ver bons benefícios, bons resultados desse trabalho em conjunto”, completou o governador.