Comemore as finanças em dia

Luciane Macedo _247 - As festas de fim de ano estão chegando e, com elas, uma variedade de gastos típicos dessa época. Para muitas famílias, o "verdadeiro Papai Noel" é o 13º salário. Mas tendo ou não essa renda extra disponível, é comum que as pessoas acabem gastando além do que poderiam.

Com um bom planejamento, no entanto, esse cenário pode ser evitado. A dois meses das festas, ainda há tempo suficiente para colocar tudo na ponta do lápis, planejar bem as compras e distribuir as despesas no orçamento familiar até o final do ano. Contar com esse planejamento antecipado é a melhor maneira de comemorar com as finanças em dia.

Segundo o educador financeiro Mauro Calil, como as festas de fim de ano trazem um gasto já previsto, é ainda mais motivo para não deixar tudo para a última hora. "Seria mais fácil planejar e se prevenir do que contar com o 13º salário ou mesmo com as facilidades de crédito", diz Calil. "Este é o 'pulo do gato' para evitar gastos além da conta".

Calil orienta que se faça uma lista dos familiares e amigos, com o que cada um vai ganhar de presente, e que se distribua essas compras dentro do orçamento familiar dos próximos meses, observando o que pode ser adquirido antecipadamente. O educador financeiro assinala que é melhor fazer compras gradativas até dezembro em vez de deixar tudo para o último mês do ano e comprometer o 13º salário. Comprar os presentes com antecedência, caso o pagamento seja parcelado, também evitará que muitas parcelas se acumulem para serem pagas nos primeiros meses do ano que vem. Outra dica é pagar à vista sempre que possível.

Não é aconselhável, orienta Calil, que se reserve mais do que 10% ou 20% do orçamento mensal para os gastos típicos das comemorações de fim de ano, incluindo os presentes e as festas de Natal e Réveillon. Portanto, uma família que ganha R$ 10 mil não deveria gastar mais do que R$ 2 mil por mês com essas despesas. "Em hipótese alguma se endivide para pagar presentes", diz o educador financeiro.

Usar a criatividade na hora de presentear também pode ser sinônimo de economia. "O preço de uma camisa pode, muitas vezes, comprar dois ou três livros", observa Calil. "Com isso, você presentearia três pessoas com a mesma quantia", completa o educador financeiro, assinalando que a maioria já compra roupas ao longo do ano, ao passo que, em geral, não se compra livros com a mesma frequência, a expectativa de ganhá-los de presente é mais comum.

Outra facilidade a levar em conta é que a troca de um livro é também mais simples e prática. E há também o vale-presente das livrarias, que pode ser de diversos valores e evita a troca, já que o presenteado pode escolher como vai gastá-lo. Algumas livrarias oferecem o vale-presente por SMS, um jeito charmoso de surpreender a quem se quer desejar boas festas.

Aliar criatividade e comércio popular é também uma boa forma de otimizar os gastos. Um presente pode ficar mais original ou ganhar mais personalidade com itens que podem ser adquiridos pela metade do preço no comércio popular em comparação aos shoppings.

As compras antecipadas também valem para economizar na hora de organizar as festas de Natal e Réveillon. Bebidas, ingredientes da ceia (não perecíveis ou congelados) e itens de decoração podem ser adquiridos desde já. E aos que planejam encomendar tudo pronto em padarias ou restaurantes, Calil lembra que essa prática pode encarecer a ceia em até 70%. Vale fazer em casa os assados, que são mais simples de preparar, e deixar para encomendar apenas os pratos mais elaborados.