Comerciantes e clientes desaprovam estacionamento rotativo

Jornal do Dia - O primeiro dia do programa 'Rotativo Aju' foi marcado por muita dúvida e indignação por parte dos clientes e comerciantes que se direcionavam ao Centro da capital. Instalado pela Prefeitura de Aracaju, através da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), este sistema tem por objetivo administrar o uso de vagas destinadas a automóveis na área mais movimentada do município. Apesar da proposta de qualificação no fluxo de veículos, populares questionam as promessas feitas pelo prefeito João Alves Filho. Em programas televisivos e radiofônicos o então candidato prometia, caso fosse eleito, a não contratação de empresas para realizar o serviço de parquímetro.

Outra garantia seria a construção de um estacionamento público, sem nenhuma taxa a ser efetuada para os usuários, onde seria construído ao lado do antigo terminal hidroviário, hoje utilizado como Memorial Zé Peixe. Sem o estacionamento de dois andares e agora com o retorno das antigas cobranças de uso temporário do solo, a população fica na bronca e tende a engolir seco, as determinações administrativas municipais. Para a empresária Simone Travassos, proprietária de uma loja de artigos infantis, o estacionamento público na região era um dos principais atrativos para aqueles consumidores que ainda não admitem pagar por estacionamento nos dois shoppings da capital. Com o início da cobrança, ela teme prejuízo já neste mês de setembro.

"Estamos a menos de 30 dias para o Dia das Crianças e sinceramente não sei como será o faturamento. As vendas que começavam a crescer podem reduzir porque poucas pessoas baixaram o aplicativo e quem baixou tem dificuldades para utilizá-lo. Meu medo é porque a população aracajuana não é formada por jovens na sua grande maioria. Muitos idosos não possuem prática com essas modernidades e isso pode interferir na economia da região", destacou. A preocupação apresentada pela vendedora já havia sido destacado pelo Jornal do Dia na edição da última sexta-feira, 11, quando o economista Israel Sampaio avaliava o período para implantação do Rotativo Aju como crucial. Justamente durante um período onde o comércio tende a aquecer devido ao Dia das Crianças.

Para ficar estacionado por até meia hora, o motorista deve pagar R$ 0,75; para uma hora, R$ 1,50; para 2h30, R$ 2,25; já para 2h, R$ 3. No caso das motocicletas, para ficar estacionado por até meia hora, o motoqueiro deve desembolsar R$ 0,50; para uma hora, R$ 1; para 2h30, R$ 1,50; já para 2h, R$ 2. Já nos casos de veículos considerados de grande porte, os preços são: por até meia hora, o motorista deve pagar R$ 1,50; para uma hora, R$ 3; para 2h30, R$ 4,50; já para 2h, R$ 6. Cada veículo poderá ficar em uma vaga por até duas horas. Passado este período, o motorista deverá procurar outra vaga para estacionar.

A superintendência de trânsito destaca que os preços para estacionamento estão acessíveis para todos os proprietários de veículo motorizado. Apesar desta análise governamental, o aracajuano destaca que a questão debatida e criticada refere-se a outros procedimentos. Para o estudante Elielton Batista, a promessa de ampliação no número de vagas na região central comoveu parte dos eleitores. "Eu trabalho em uma loja de roupas e acessórios esportivos pelo dia e a noite estudo em uma faculdade aqui próximo. Com o fim dos parquímetros pelo ex-prefeito, e com a garantia de criação deste prédio estacionamento, achei que seria até uma promessa válida. Agora estamos com o mesmo número de vagas e o prefeito bota outra empresa para tirar dinheiro de todos que vêm ao centro", avaliou.

Por parte da Prefeitura de Aracaju foi dito que a medida era necessária para evitar utilização irregular do solo. Quanto a promessa de construção de novas vagas de estacionamento, inclusive com a construção do prédio, o prefeito ainda não se manifestou publicamente.