Compras de Natal online sem roubada
Saiba como evitar os problemas mais comuns e o que fazer para garantir seus direitos.Polticas de troca no podem contrari-los
Luciane Macedo _247 - Depois do sucesso da versão brasileira da Black Friday, em que muitos consumidores anteciparam as compras de Natal com grandes descontos, o comércio eletrônico nacional ainda enfrenta um teste de credibilidade neste final de ano. As compras de presentes deixadas para a última hora serão decisivas para os principais players do varejo online recuperarem a confiança de um consumidor cansado de problemas recorrentes e devidamente registrados em órgãos de defesa do consumidor. Entre eles: atraso nas entregas, cobrança indevida, entregas erradas ou, simplesmente, não efetuadas.
A série de problemas, que se repetiu ao longo do ano desde o Natal passado, levou o Procon a solicitar a suspensão das operações de três lojas do varejo e de sites de compras coletivas no mês passado. Mas as reclamações não eliminam as facilidades da compra pela internet que a maioria dos internautas tanto preza, como rapidez, comodidade, variedade de escolha e, principalmente, preços baixos. E é isso o que o consumidor espera.
"A intenção do Procon é fazer com que haja uma adequacão do setor às necessidades do consumidor, para que todos sejam beneficiados", diz Maíra Feltrin Alves, assessora técnica do Procon-SP. Segundo o órgão de defesa do consumidor, as lojas virtuais devem estar preparadas para atender ao aumento da demanda desta época do ano. Mas é melhor para o consumidor se precaver e saber como lidar com os contratempos, caso eles voltem a ocorrer, e também como se preparar para uma temporada de compras sem roubadas. "O consumidor deve avaliar se o prazo de entrega na loja virtual compensa", diz Maíra. "O aumento da demanda de Natal mexe com o prazo e os produtos em estoque, mas isso faz parte do risco do negócio e as empresas têm que estar preparadas para suprir essa demanda adicional". Grande parte dos maiores players do varejo virtual online montou uma operação de Natal, com ampliação de estoques, prazos de entrega e logística.
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"O comércio eletrônico investiu muito na logística para tentar ter um Natal mais tranquilo que o do ano passado", diz Gerson Rolim, diretor da camara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico). "É claro que quem compra um presente para o Natal e só recebe no ano novo tem todo o direito de não ficar satisfeito e ir buscar os seus direitos", reconhece. "O Procon faz um serviço maravilhoso e fundamental de defesa do consumidor", assinala. "Mas temos que levar em conta as reclamações dentro do universo de vendas", argumenta o diretor da camara-e.net, assinalando que, no caso das compras coletivas, foram registradas 746 reclamações em um universo de 2 milhões de cupons vendidos.
Outro fator a considerar, segundo Rolim, é que o varejista virtual não tem 100% de controle sobre a operação logística. "O comércio eletrônico não se exime de responsabilidade no investimento para melhorar a qualidade do e-commerce, mas o Brasil ainda carece de uma infraestrutura de transporte que dê conta da explosão de demanda por parte do consumidor", diz Rolim. "O transporte é o pilar da logística do comércio eletrônico".
De acordo com a camara-e.net, as vendas efetuadas durante a temporada de Natal, entre 15/11 e 24/12, equivalem a dois meses e meio de faturamento normal do e-commerce durante o ano. "Sempre recomendamos que as pessoas antecipem suas compras e, neste ano, mais ainda, porque o Natal cairá em um domingo", lembra o executivo. "Para ter uma boa experiência com o comércio online neste Natal, não espere para comprar no dia 23".
Na avaliação do executivo, o e-commerce brasileiro, apesar dos problemas internos e da crise mundial, ainda crescerá entre 26 e 28% em 2011, o que não é de se desprezar, embora o crescimento registrado em 2010 tenha sido de 40%. "A economia digital no Brasil é, inconteste, de primeiro mundo, e umas das razões é o seu mercado interno", comenta Rolim. "A Netflix chegou este ano, iTunes e Amazon se preparam para chegar ao mercado brasileiro", assinala. "São gigantes que acreditam no crescimento do setor".
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