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    Conciliar celular e operadora desafia consumidor

    Entre seduo de mercado e tarifas de interconexo ainda altas, avaliar perfil de uso a melhor rota para escolha adequada e mais econmica

    Conciliar celular e operadora desafia consumidor (Foto: Shutterstock)
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    Luciane Macedo _247 - Às vésperas de completar 21 anos entre nós, o celular deixou de ser apenas um telefone (e para poucos) para se transformar em artigo de primeira necessidade (para muitos). Tanto é assim que o número de aparelhos, desde o ano passado, ultrapassa o de habitantes: são 227 milhões de celulares em uso no Brasil, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e somos um dos maiores mercados de telefonia móvel do mundo. Apesar do barateamento do preço dos aparelhos ao longo dessas duas décadas e do salto em tecnologia que popularizou o smartphone, ainda convivemos com altas tarifas de interconexão e serviços que, segundo a própria Anatel, ainda deixam a desejar.

    Lançamentos constantes de aparelhos mais modernos, o apelo das marcas e seus diferenciais, ofertas e pacotes promocionais das operadoras seduzem e confundem na hora da compra. Ter mais de um smartphone, especialmente se for dual-chip, não é exatamente algo incomum entre os consumidores, que tiraram vantagem da tecnologia para tentar aproveitar ao máximo as vantagens de cada operadora. Aquela que oferece o aparelho desejado pelo melhor preço leva o cliente: pesquisas mostram que o preço é fator determinante na hora da compra.

    "Fale ilimitado", "navegue à vontade", anunciam as ofertas. A preferência pelo pré-pago, que corresponde a 82,14% dos celulares em uso, segundo a Anatel, reflete, também, mais uma estratégia para economizar. E se o acesso à internet com banda larga móvel cresce a passos largos no Brasil, mais do que a banda fixa, a oferta e qualidade dos pacotes 3G das operadoras ainda não reflete esse apetite do brasileiro por estar conectado o tempo todo, onde quer que esteja.

    Entre falar e usar a internet com mobilidade, o barato pode sair caro, a depender das escolhas. O pré-pago é realmente mais econômico? Internet ilimitada funciona, de fato? Nem sempre o que parece mais sedutor no mercado funciona a favor do consumidor. Na avaliação de João Paulo Bruder, analista de telecom da consultoria IDC, analisar o perfil de uso e fazer as contas é a melhor estratégia para economizar.

    "As operadoras ganhariam mais se a tarifa de interconexão fosse mais barata, as pessoas usariam mais o pós-pago", comenta o analista. "Apesar de termos mais celulares do que pessoas no país, o índice de uso do celular ainda é baixo, as pessoas mais recebem ligações do que fazem". O plano pré-pago oferece maior controle de gastos, mas nem sempre é a melhor alternativa para quem acaba fazendo várias recargas ao longo do mês -- e o valor do minuto é também mais caro. O pós-pago, nesse caso, pode ser mais vantajoso, especialmente para quem usa muito a internet. Com a velocidade sendo ainda um fator limitante da nossa banda larga móvel, uma robusta franquia pode sair mais econômica do que uma mais modesta. Quem usa o Twitter ou o Facebook o dia inteiro pelo celular deve saber que com 100mb não se vai muito longe. Mas para quem só precisa da internet no celular para checar um email ou dar uma passada rápida pelas redes sociais de vez em quando, o pré-pago pode ser uma opção.

    Para quem já tem mais de um aparelho ou um dual-chip, usar operadoras diferentes também pode ser vantajoso. Se, por um lado, ainda temos uma das tarifas de interconexão mais caras do mundo, apesar da trajetória descendente dos preços na última década, o custo das ligações entre números de uma mesma operadora está entre os mais baixos. É difícil ter toda uma rede de relacionamentos na mesma operadora. Mas grupos menores de pessoas, como a família ou profissionais de uma mesma empresa, podem contribuir para baratear as ligações dentro de uma mesma rede. "Se 80% das suas ligações são para a mesma operadora, é mais vantagem ter um pré-pago", comenta Bruder.

    O consumidor pode fazer escolhas de acordo com o perfil para gastar menos com o celular, mas outros fatores ainda impedem o barateamento dos preços da nossa telefonia móvel. "Mais de 40% do custo das ligações são impostos", diz o analista de telecom. "O custo Brasil também incide sobre todas as etapas da cadeia produtiva, desde a importação de insumos à prestação do serviço", explica Bruder. "Com isso, a infraestrutura necessária para a prestação do serviço fica mais cara e as operadoras precisam amortizar esses custos". Mais concorrência no setor e menos burocracia nos mecanismos facilitadores de construção de infraestrutura, avalia Bruder, também contribuiriam para melhorar esse cenário em que, duas décadas depois, altos custos ainda convivem com crescente demanda e serviços carentes de melhorias.

    Publicada em 31/10/11 e atualizada.

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