Conselho de Ética pede cassação de Argôlo
O relator do processo contra o baiano Luiz Argôlo (SD), deputado Marcos Rogério (PDT-RO), defendeu nesta terça no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a perda do mandato do parlamentar; em seu parecer, o relator afirma que Argôlo teve conduta incompatível com o decoro parlamentar por suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef; os deputados Sérgio Brito (PSD-BA), Wladimir Costa (SD-PA) e Pastor Eurico (PSB-PE) solicitaram vistaconjunta, o que impediu a votação do texto
Agência Câmara - O relator do processo contra o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), deputado Marcos Rogério (PDT-RO), defendeu nesta terça-feira (14) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a perda do mandato do parlamentar baiano.
Em seu parecer, o relator afirma que Argôlo teve conduta incompatível com o decoro parlamentar. Os deputados Sérgio Brito (PSD-BA), Wladimir Costa (SD-PA) e Pastor Eurico (PSB-PE) solicitaram vistaconjunta, o que impediu a votação do texto.
Wladimir Costa adiantou que pretende apresentar um relatório paralelo, “70% diferente” do de Marcos Rogério.
Relatório
De acordo com o relatório apresentado hoje, as provas demonstram que Argôlo atuava como cliente do doleiro Alberto Youssef, “recebendo dinheiro para si próprio e outros beneficiários, até como sócio, intermediando contratos dele com empresas e tendo suas operações financiadas pelo doleiro”.
Marcos Rogério apontou que as relações de Argôlo com o doleiro envolvem tráfico de influência, a prática de negócios e pagamentos ilícitos.
Imóvel
O relator argumentou que, pelas conversas interceptadas pela Polícia Federal entre o parlamentar baiano e o doleiro a respeito de um imóvel em Camaçari (BA), os valores pagos a Argôlo não eram para quitar dívidas, e sim para repassar dinheiro a outras pessoas.
De acordo com o parecer de Marcos Rogério, “há registros de diversos pagamentos ao parlamentar em datas muito anteriores ao da suposta avaliação do imóvel.”
Conversas
Conforme Marcos Rogério, as conversas entre Youssef e Argôlo eram frequentes (até diárias) e só se encerraram com a prisão do doleiro, em 17 de março.
Segundo o relator, “a par do tráfico de influência, estou convencido de que houve pelo parlamentar o recebimento de altas quantias de dinheiro que representaram vantagens indevidas e cuja motivação era ilícita.”
Rogério acrescentou ainda que os valores cobrados, apenas a partir do exame das mensagens trocadas em 2014, são muitos superiores a R$ 330 mil, preço pelo qual supostamente teria sido vendido o terreno de seu irmão, em Camaçari.
Defesa
O advogado de defesa de Luiz Argôlo, Aluisio Lundgren, sustentou que as acusações contra o parlamentar, de que um assessor dele teria recebido R$ 120 mil de Alberto Yousseff, não foram comprovadas.
Lundgren informou que encaminhou ao Conselho de Ética extratos bancários que mostram que esse depósito não ocorreu. Ele também afirmou que o parlamentar tem sido perseguido diariamente pela imprensa.
De acordo com o advogado, Argôlo se envolveu na política para ajudar as pessoas e sempre teve o respeito da população baiana. Citou, inclusive, a tradição da família do deputado de promover festas populares e doar objetos para pessoas carentes, como cadeiras de rodas e óculos.
Ludgren também negou envolvimento de Argôlo com irregularidades da Petrobras.
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