Corrida para ampliar número de votantes

PE247 – Desde a fase de pré-inscrição para as prévias petistas, um ponto tem chamado bastante a atenção: apesar de contar com mais de 30 mil filiados, o PT recifense só dispõe de pouco mais de 12 votantes. Os outros 18 mil não estão em dia com suas contribuições partidárias (financeiras) e não estão aptos a votar nas primárias da legenda, marcada para o dia 20 de maio. No entanto, o filiado em débito que quitar o que deve até a data do embate entre o prefeito João da Costa e o secretário estadual Maurício Rands poderá participar do processo. Essa possibilidade tem movimentado consideravelmente as duas partes interessadas. O grupo de Rands tenta pressionar o diretório municipal a cumprir a recomendação da executiva nacional para que os recursos do fundo partidário sejam utilizados para uma “quitação em massa”.

O bloco que apoia a candidatura de Maurício Rands entende que conseguiria conquistar mais de 20 mil votos da chamada “massona” do PT, que, nos bastidores, é dada como quase por completa ligada ao deputado federal João Paulo. Esse quantitativo não tem ligação com as tendências da legenda e a maior parte só teria se filiado por simpatia às imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-prefeito do Recife. Nesse sentido, João Paulo atuaria como o ponto de desequilíbrio nas primárias petistas. Pelo menos é o que acredita os adversário do prefeito João da Costa.

Do lado do chefe do Executivo municipal, a situação é curiosa. O prefeito e seus comandados afirmam que têm a militância ao seu lado, porém não se mostram tão inclinados a aceitarem a quitação em massa. Há quem diga, nos bastidores, que hoje realmente João da Costa conta com a maioria dos filiados aptos a votar, mas muito pelo fato de boa parte deles estarem empregados na Prefeitura do Recife ou em empresas satélites – prestadoras de serviço que possuem contratos com a gestão do município. A incorporação de outros votantes no processo poderia desiquilibrar a disputa (a favor de Rands), no entendimento de alguns costistas.

O diretório municipal, que é presidido por Oscar Barreto, ainda não se posicionou oficialmente sobre o assunto. Porém, como o dirigente é ligado ao prefeito João da Costa, há quem diga que esse processo será levado com a barriga até o seu final. Ou seja, sem quitação, mantendo o atual número de aptos.