CPI aponta irregularidades em operadoras de telefonia
Em visita surpresa às lojas das operadoras de telefonia Tim e Vivo, no Centro de BH, deputados da CPI da Telefonia da assembleia mineira constataram irregularidades, tanto no atendimento ao público quanto em relação a cobranças indevidas; os parlamentares recolheram informações que vão compor o relatório final da comissão
Assembleia de Minas - Em visita surpresa às lojas das operadoras de telefonia Tim e Vivo, no Centro de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (30/10/13), deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) constataram diversas irregularidades, tanto no atendimento ao público quanto em relação a cobranças indevidas. Os parlamentares conversaram com clientes e recolheram informações que vão compor o relatório final da comissão.
A exemplo da situação encontrada duas semanas antes na loja da operadora Oi, os deputados se depararam com consumidores insatisfeitos com serviços tarifados e não prestados. Ednaldo Ribeiro Santos adquiriu um chip da Vivo e, apesar de se tratar de uma linha pré-paga, contas de R$ 49,00 passaram a chegar em sua residência. Ele disse que chegou a pagar por dois meses antes de ligar para a operadora pedindo o cancelamento da cobrança. Como não conseguiu resolver o problema pelo telefone, Ednaldo compareceu à loja da Vivo em busca de solução. Para o deputado Sargento Rodrigues (PDT), classificar essa cobrança como abusiva é pouco. "É criminosa, um ato de má-fé da operadora", afirmou. O coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, disse que, nesse caso, o consumidor tem direito a ressarcimento em dobro dos valores pagos.
Outras duas reclamações referentes a cobrança indevida foram apuradas pelos parlamentares. Em ambas, os clientes reclamaram de pagar pelo acesso à internet sem usá-la. Natália Pauline Assis Souza, cliente Tim, e Tarcísio Barreto, usuário da Vivo, disseram que pagam pelo acesso à internet há um ano sem nunca terem usado o serviço. No caso de Natália, o serviço de atendimento conseguiu resolver o problema e ela saiu da loja, duas horas depois, com o celular conectado à rede. Tarcísio mudou seu plano, cancelando o acesso à internet.
Idosos ficam duas horas de pé esperando atendimento
Mas o que deixou os deputados mais exaltados foi a situação de dois idosos, que por duas horas tentavam contato com algum atendente pela chamada "linha expressa" da Vivo, um serviço telefônico que funciona dentro da própria loja. Maria Abigair Gomes de Lima, de 63 anos, contou que foi procurada várias vezes pela empresa, que ofereceu vantagens para ela mudar de operadora. Abigair acabou aceitando e, desde a manhã de terça-feira (29), seu celular está sem sinal. Ela só queria ter o direito de usar seu aparelho, conforme prometido pela empresa.
Já o aposentado José Luiz do Nascimento, de 73 anos, disse que foi à loja pedir o cancelamento de seu contrato, mas foi informado que essa operação só poderia ser feita pela "linha expressa". Ele ficou por quase duas horas, de pé, esperando atendimento. Com a intervenção direta dos deputados, ambos foram recebidos no balcão e tiveram seus problemas resolvidos. Sargento Rodrigues destacou que, no caso de José Luiz, trata-se de uma estratégia típica das empresas de telefonia, que é deixar o cliente esperando por várias horas até que ele desista de cancelar sua linha.
O deputado Zé Maia e João Leite, ambos do PSDB, presidente e relator da comissão, ficaram impressionados também com o relato do zelador Fábio Caetano da Silva. Segundo ele, a Vivo lhe ofereceu um plano de telefonia celular, que foi aceito. Dois dias depois, a empresa compareceu à sua casa e instalou um aparelho fixo, coisa que ele já tinha. Fábio ligou várias vezes para tentar cancelar o contrato, mas foi orientado a comparecer à loja para resolver o problema. Na loja, lhe disseram para usar o "linha expressa". Depois de muito tentar, ele acabou voltando ao balcão, onde recebeu uma senha para conversar com o atendente.
Todos esses casos serão adicionados aos documentos reunidos pela CPI e incorporados ao relatório final. Os parlamentares pretendem ainda receber representantes das empresas, em audiências públicas, para que elas apresentem soluções para os problemas detectados.
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