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CPMI ataca o esquema financeiro de Cachoeira

R$ 36 bilhões foram recebidos nos últimos dez anos por 75 pessoas e empresas acusadas de envolvimento com a organização. A comissão também vai aprofundar nas relação do grupo do empresário com a Delta. Objetivo é quebrar sigilo de 12 empresas laranjas da construtora

CPMI ataca o esquema financeiro de Cachoeira (Foto: Divulgação)
Realle Palazzo-Martini avatar
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Agência Câmara_ O mapa das finanças do suposto esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira vai orientar os próximos passos da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga o caso. O relator da CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), identificou que R$ 36 bilhões foram recebidos nos últimos dez anos por 75 pessoas e empresas acusadas de envolvimento com a organização.

Levantamento da CPMI sobre as finanças da quadrilha também identificou que 93% das 553 mil transações feitas em cheque pelos suspeitos não têm a identificação de quem pagou ou recebeu o dinheiro. Só as movimentações anônimas envolvem R$ 2 bilhões.

Há também R$ 1 bilhão movimentado em transferências bancárias que não foram identificadas. Nesse caso, no entanto, os bancos têm a identificação dos envolvidos, mas esses nomes ainda não chegaram à CPMI.

Odair Cunha disse que está sendo realizado um trabalho específico em busca dessas informações. “Nós temos um problema de acesso às informações do sigilo bancário. É uma força-tarefa específica para solucionar esses problemas. Estamos indo aos bancos, vendo se o banco fez o envio e se, na conversão dos dados na CPMI, teve algum problema ou não.”

Empresa Delta

Para o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), a comissão também tem outras pendências para resolver, principalmente as relacionadas à construtora Delta, suspeita de integrar o esquema, repassando mais de R$ 420 milhões a 18 empresas de fachada.

“Espero que possamos quebrar o sigilo das 12 empresas laranjas da empreiteira Delta que ainda não tiveram o sigilo quebrado, que possamos ouvir representantes de empresas laranjas que já têm requerimentos para sua convocação e que possamos chegar a outros agentes públicos que receberam financiamento dessa empreiteira.”

Bloqueio de bens

Em outra frente, a CPMI trabalha com o Ministério Público Federal para garantir que bens dos acusados de integrar o esquema criminoso fiquem bloqueados pela Justiça para que, futuramente, voltem aos cofres públicos. São 168 bens, avaliados em R$ 140 milhões.

A CPMI do Cachoeira retomará os trabalhos na segunda semana de outubro, depois de ficarem suspensos durante este mês de setembro.

 

CPMI terá banco de dados sobre ligações telefônicas

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), negocia com operadoras de telefonia a criação de um banco de dados para facilitar o acesso às quebras de sigilo telefônico das pessoas investigadas pela CPMI.

Segundo o relator, as informações são importantes para que a CPMI identifique a rede de contatos do contraventor Carlinhos Cachoeira.

Cunha se reuniu nesta terça-feira (25) com o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, e com representantes de empresas de telefonia.

A ideia, segundo o deputado, é uniformizar as informações fornecidas não só à CPMI, mas a todos os órgãos de investigação, como o Ministério Público e a Polícia Federal. Odair Cunha espera que o novo sistema esteja disponível nos próximos 15 dias.

"Queremos criar um sistema que vincule, por exemplo, o CPF do investigado, a data da ligação telefônica, o nome da pessoa que recebe e da pessoa que faz a chamada e os telefones de origem e destino. Queremos produzir um sistema de banco de dados que seja único em todas as companhias telefônicas. É o que estamos defendendo", explicou o relator.

Dos 88 pedidos de quebra de sigilo telefônico encaminhados pela CPMI, só chegaram completos os dados relativos a 18. Os outros 70 não só estão incompletos como estão em formatos diferentes, o que dificulta a análise pela comissão.

A CPMI do Cachoeira retomará os trabalhos na segunda semana de outubro. Odair Cunha ainda avalia quando apresentará seu relatório final.

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