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Criminalista sobre Lava Jato: 'sensação é de que estamos cumprindo tabela'

Criminalista Alberto Toron, que atua na área há mais de 30 anos, afirmou, durante coletiva de imprensa em São Paulo, que os envolvidos nas investigações da Operação Lava jato estão cumprindo uma espécie de cronograma, pois o Juiz Sérgio Moro já teria demonstrado a parcialidade em diversas situações; "Na Lava Jato, as pessoas foram presas ainda na fase de inquérito, tratadas como se fossem culpadas. E aí ocorre uma inversão: a pessoa, que deveria ser presumida inocente, já é presa com um discurso que apresenta pressupostos cautelares, que não existem”, disparou  

Criminalista Alberto Toron, que atua na área há mais de 30 anos, afirmou, durante coletiva de imprensa em São Paulo, que os envolvidos nas investigações da Operação Lava jato estão cumprindo uma espécie de cronograma, pois o Juiz Sérgio Moro já teria demonstrado a parcialidade em diversas situações; "Na Lava Jato, as pessoas foram presas ainda na fase de inquérito, tratadas como se fossem culpadas. E aí ocorre uma inversão: a pessoa, que deveria ser presumida inocente, já é presa com um discurso que apresenta pressupostos cautelares, que não existem”, disparou   (Foto: Leonardo Lucena)

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Por Karolina Bergamo, do Portal ForumQuem acompanha o mundo dos esportes sabe que é comum que um time de futebol, ao ser desclassificado de um campeonato, ainda tenha que jogar algumas partidas, pois já estavam agendadas. O time faz isso apenas para cumprir tabela, pois não tem mais chances de vencer a competição. O criminalista Alberto Toron, que atua na área há mais de 30 anos e é um dos mais conhecidos do país, compara o que acontece no mundo futebolístico com a Operação Lava Jato – maior investigação de corrupção da história do Brasil, segundo a Polícia Federal.

Em entrevista coletiva concedida na manhã deste sábado (30), em São Paulo, o advogado que defende Ricardo Pessoa, dono da UTC, afirmou que os envolvidos nas investigações estão cumprindo uma espécie de cronograma, pois o Juiz Sérgio Moro – quem conduz os trabalhos da operação – já teria demonstrado a parcialidade de seu ponto de vista em diversas situações. Ele citou como um exemplo disso o uso das informações de uma reportagem da Revista Veja como base para decretar a 2ª prisão preventiva de alguns acusados que já estavam presos. A reportagem dizia que advogados de réus da Lava Jato se reuniram com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em um encontro extra-oficial.

Além disso, afirmava ainda que Cardozo teria dito “que a Operação Lava-Jato mudaria de rumo radicalmente, aliviando as agruras dos suspeitos de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro”. Para Toron, a decisão foi parcial pois “ele não investigou para saber se houve realmente o tal encontro, ou para saber o que, de fato, foi tratado nele”. No fim das contas, através de outra reportagem da mesma revista, foi exposto que, na verdade, o Ministro havia chamado os advogados para pedir que controlassem o uso das delações premiadas. E ainda assim, “ele [Moro] não revogou os pedidos, e nem pediu desculpas.”, criticou o advogado.

Para ele, esse tipo de atuação, além de incorreto, conta com o respaldo da mídia e da sociedade: “A imprensa não tem publicado o que desconstrói essa imagem do juiz-herói. Talvez venda mais jornal mostrar que alguém é culpado, maldoso e merece ser punido. Porém, há uma disparidade entre aquilo que é veiculado e o que realmente acontece”, analisou.

Conhecido por sua atuação mais “garantista”, o advogado é contra o viés “punitivista” com que o Direto penal é muitas vezes exercido. “Na Lava Jato, as pessoas foram presas ainda na fase de inquérito, tratadas como se fossem culpadas. E aí ocorre uma inversão: a pessoa, que deveria ser presumida inocente, já é presa com um discurso que apresenta pressupostos cautelares, que não existem”.

 

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