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Crise nas usinas dá prejuízo de R$ 3 bilhões

Alagoas, maior produtor de cana-de-açúcar do Nordeste, deixou de arrecadar R$ 3 bilhões do setor sucroenergético nos últimos três anos por conta do longo período de estiagem; no entanto, dificuldades já duram oito anos por conta dos subsídios do governo federal destinados à gasolina; situação foi debatida durante audiência pública na Assembleia Legislativa

Alagoas, maior produtor de cana-de-açúcar do Nordeste, deixou de arrecadar R$ 3 bilhões do setor sucroenergético nos últimos três anos por conta do longo período de estiagem; no entanto, dificuldades já duram oito anos por conta dos subsídios do governo federal destinados à gasolina; situação foi debatida durante audiência pública na Assembleia Legislativa (Foto: Voney Malta)
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Alagoas247 - A audiência pública que discutiu a crise sucroenergética, ocorrida na manhã desta terça-feira (30), na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), revelou um dado alarmante. Alagoas somou um prejuízo de R$ 3 bilhões neste setor nos últimos três anos por causa do longo período de seca. O estado é o maior produtor de cana-de-açúcar do Nordeste e mais da metade dos municípios depende inteiramente desta atividade. 

De acordo com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), Alagoas produzia cerca de 30 milhões de toneladas e, com a crise, a quantidade caiu para 21 milhões. O assessor técnico da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), Marcos Garcia, revelou que não tem como saber o montante da dívida de Alagoas dos usineiros em Alagoas.

"Saber esse valor hoje é difícil, porque cada uma tem sua dívida. O que temos hoje é uma negociação feira em 2003, de R$ 460 milhões, que foram parcelados em 180 meses. Mas, isso foi por programa de adesão e não obrigatoriamente. Estabelecer o montante de hoje é difícil porque estão sempre nascendo novos autos de infração”, comenta. O deputado Galba Novaes revelou que apenas duas usinas de Alagoas pagam os fornecedores. Ele não citou os nomes.

O presidente do sindicato, Pedro Robério, informou que a situação melhorou um pouco recentemente e a produção subiu para 23 milhões de toneladas. "A redução tem causado um grande prejuízo não só às empresas, mas também aos municípios e ao estado. Deixou de circular um bilhão de reais por ano em Alagoas nos últimos três anos. É uma perda muito grande. E, dos 102 municípios, 58 são produtores de cana-de-açúcar, sendo mais da metade dependendo dessa atividade", relata.

Seca

Ele disse que a crise se agravou nos últimos três anos devido à longa estiagem, mas já existe há cerca de oito anos, por conta dos subsídios do governo federal destinados à gasolina. "Resolvemos nos mobilizar para uma audiência a fim de discutir a crise que assola o setor nacionalmente em Alagoas. Há oito anos que estamos nos debatendo nessa crise, em grande parte pela política de beneficiamento da gasolina em detrimento do etanol. Isso foi esvaziando a capacidade econômica, o que, em Alagoas, se agravou pela seca, que chegou até a Zona da Mata", completa.

Robério destacou que Alagoas é o maior produtor do Nordeste da cana, mas tem também a maior tributação de ICMS [imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação]. Do que produz, só consome 10%, mas encontra dificuldade de vender os 90% restantes por conta da incidência de impostos.

"Entendemos que o estado depende da arrecadação do setor, mas buscamos um debate quanto a tributação dos produtos do setor sucroalcooleiro. Ficamos ilhados, sem conseguir competir. É um pleito que existe desde o governo passado", avalia.

Meios para enfrentar a crise

O secretário estadual de Agricultura, Álvaro Vasconcelos, disse que a crise no setor tem levado as empresas a não pagarem os fornecedores, que, consequentemente, não remuneram os trabalhadores. O governo, segundo ele, está estudando meios de minimizar a crise e um deles é comprando o que sobrou da cana.

"O governo sabe da situação dos produtores e dos trabalhadores, que estão passando necessidades. Estamos comprando o que sobrou da cana para que seja distribuído na região semiárida, como alimento para o gado. Lá também há uma crise pela falta de alimento para o rebanho e dessa forma beneficiamos os dois setores", destaca.

"Algumas usinas estão conseguindo pagar; outras, não. Os fornecedores também têm suas responsabilidades para arcar e isso gera um efeito dominó, sem geração de emprego e renda. Por isso também estamos trabalhando num programa de diversificação da cultura, com o cultivo de soja, que Alagoas nunca plantou, e também de milho. Isso na entressafra, mas também pode ser levado para outras áreas nos demais períodos", reforça o secretário.

Com gazetaweb.com

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