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De Cachoeira a Corleone: deixamos MTB partir?

Ex-ministro da Justiça levou R$ 5 milhões e sua vara mágica em favor do mafioso não funcionou; na pior hora para o cliente, o advogado o abandona; decisão de Thomaz Bastos foi temerária não só por transformar Cachoeira num pária jurídico, mas também pelo sinal que transmite a outros clientes

De Cachoeira a Corleone: deixamos MTB partir? (Foto: Divulgação_Reprodução/O Globo)
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247 – A charge da primeira página do jornal O Globo desta quarta-feira 1, assinada por Chico Caruso, é simplesmente fantástica. Carlos Cachoeira pergunta a Don Vito Corleone, o “Poderoso Chefão”, interpretado por Marlon Brando na trilogia de Francis Ford Coppola, se devem deixar Marcio Thomaz Bastos, que sai da cena com uma mala (de dinheiro?) nas mãos.

Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça que aceitou defender um notório contraventor, tomou uma decisão temerária. Abandonou o cliente na pior hora. Ofereceu seus serviços por R$ 15 milhões – o que, em tese, é preço de influência, e não de advocacia – e perdeu todos os habeas corpus que impetrou. No primeiro pretexto para sair, a ação tresloucada de Andressa Mendonça, que tentou chantagear um juiz ameaçando-o com a publicação de um dossiê na revista Veja, ele pulou fora antes mesmo de averiguar o que há de verdade ou mentira na história. Ou seja: transformou seu cliente num pária jurídico.

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Ao abandonar Cachoeira, Thomaz Bastos praticamente sacramentou sua condenação. Sinalizou para sociedade que o bicheiro de Anápolis é uma figura tão reles e tão vil, que não merece seus serviços. No entanto, em momento algum, falou em ressarci-lo pelos R$ 5 milhões pagos até agora – a primeira parcela de um pagamento acordado R$ 15 milhões.

Para pagar os honorários de Thomaz Bastos – mais próximos da influência, do que da advocacia, repita-se – Cachoeira decidiu vender um de seus principais negócios limpos: o ICF, Instituto de Certificação de Fármacos, em Anápolis, que aprova medicamentos genéricos e era uma máquina de dinheiro. A participação do bicheiro, preso há cinco meses, foi comprada pelos sócios dos laboratórios União Química e Teuto.

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Abandonado pelo advogado que até ontem falava do “desafio” de enfrentar o Estado, Cachoeira terá enormes dificuldades para sair da cadeia. Mas, mesmo preso, ele terá oportunidades de falar. No dia 8, por exemplo, estará na CPI criada pela Assembleia Legislativa de Goiás. Também em agosto, voltará a ser chamado pela CPMI da Operação Monte Carlo, no Congresso.

Era Thomaz Bastos quem vinha recomendando seu silêncio. Agora, mesmo preso, Cachoeira está livre. Até para dizer qual era sua expectativa ao contratar o ex-ministro da Justiça que vendeu seus serviços ao contraventor e o abandonou quando se deu conta de que não tinha força suficiente para resolver os problemas do cliente. Será esse o comportamento com outros clientes da banca mais cara do País?

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