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      Debate sobre o golpe dominou as falas na CMFor e na Assembleia

      Falando muito mais para as câmeras e microfones do que para seus pares, parlamentares, contra e a favor do golpe se manifestaram; também houve críticas ao comportamento de parlamentares que se excederam na declaração de voto

      Falando muito mais para as câmeras e microfones do que para seus pares, parlamentares, contra e a favor do golpe se manifestaram; também houve críticas ao comportamento de parlamentares que se excederam na declaração de voto (Foto: Fatima 247)
      Fatima 247 avatar
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      Ceará 247 - Na Câmara Municipal de Fortaleza e na Assembleia Legislativa do Ceará, os discursos de situação e de oposição trataram do resultado da votação do golpe na Câmara Federal e sobre a tramitação no Senado.

      Na CMFor, o vereador Ronivaldo Maia (PT) criticou o que ele chamou de "show de dissimulação e vergonha", que ocorreu no último domingo (17), na Câmara dos Deputados, durante a votação do impeachment da presidente Dilma Rousself. Ronivaldo ressaltou que a maioria deles está envolvida na investigação da Operação Lava Jato, e que em suas justificativas pela aprovação do impeachment, muitos levantaram o nome de Deus em vão. O vereador afirmou ainda que a luta agora será na rua e convocou toda a população brasileira. "O presidente da Fiec, Beto Studart, disse que ia fazer greve, então vamos atender. Vamos fazer greve geral, porque o que se avizinha com o Temer é acabar com as conquistas dos trabalhadores". Ronivaldo Maia é o líder da oposição na CMFor.

      Também o vereador Acrísio Sena (PT), repercutiu o resultado da votação do impeachment e a continuidade do golpe comandado pela oposição. De acordo com o parlamentar, o golpe não se dá apenas pela aprovação da retirada do governo, mas sim pelo projeto de governo "Uma Ponte para o Futuro", apresentado pelo PMDB. Segundo Acrísio, o projeto representa um retrocesso das políticas sociais.
      "Foi um dia que queremos esquecer, não apenas pelo resultado mas pelo significado e as consequências que isso representa. Nunca vi tanta desqualificação política reunida num mesmo local. Mas aqui quero levantar um debate, pois a articulação do golpe feita pelo PMDB vem sendo costurada desde 2009", ressaltou.

      Já o vereador Deodato Ramalho (PT), destacou a repercussão negativa na imprensa internacional do resultado da votação do impeachment. Por sua vez o vereador Robert Burns (PTC) utilizou seu tempo, no pequeno expediente, para defender a realização de novas eleições presidenciais. Robert Burns afirmou que não enxergou nenhum golpe como afirmam alguns políticos e intelectuais, mas lamentou a forma que alguns deputados federais se comportaram na hora do voto. O vereador acredita que agora é a hora da população se organizar e pedir novas eleições presidenciais. "O país precisa pensar no que aconteceu, não é só tirar um e colocar o outro. Ou nós vamos pra nova eleição ou entrega o país pra um monte de bandido. Vamos chamar quem realmente quer um país novo, que quer construir uma nação onde tenhamos esperança. Estamos colocando agora campanha para novas eleições", destacou.

      Na Assembleia Legislativa, além de discursos contra e a favor do golpe, também houve críticas ao comportamento e alguns deputados durante a votação. O deputado Fernando Hugo (PP), embora defenda o golpe, criticou, a "inconsequência comportamental" de alguns deputados da Câmara Federal. "Era deputado levando o filho para votar por ele, era deputado xingando o outro. A mensagem que fica é que não é isso que o Brasil precisa", pontuou. Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) fez a defesa daqueles que, segundo ele, "se excederam e falaram bobagens" e o deputado Ely Aguiar que disse ser a Câmara Federal um espelho do Brasil e não a Academia Brasileira de Letras".

      Na Assembleia o deputado Audic Mota (PMDB), um dos mais ferrenhos opositores dos governos Dilma Rousseff e Camilo Santana, usou a tribuna para tripudiar sobre o resultado da votação na Câmara Federal e disse que os governistas vão ter que se acostumar a ser minoria novamente. Em sua fala, defendeu Michel Temer e disse que não há nada contra o vice-presidente, esquecendo que delações premiadas citam Michel Temer, além das "pedaladas que ele assinou". Fez fortes ataques ao presidente Lula e disse que é meia dúzia quem vai às ruas vestido de vermelho. Atacou também o deputado Domingos Neto (PSD) que propôs convocar um plebiscito sobre antecipar as eleições para presidente da República no Brasil.

      A defesa do governo Dilma Rousseff foi feita pelo deputado Elmano de Freitas que iniciou denunciando o golpe comandado pelo PMDB que "resolveu chegar ao poder sem ter o voto do povo" e acusou Michel Temer de ser o causador da crise. Destacou ainda que Michel Temer é citado na lista da Odebrecht e da Camargo Correa, além de ter sido denunciando pelo operador do PMDB Fernando Baiano, no esquema do PMDB na Petrobrás, recebendo cinco milhões de propina da OAS, enquanto Dilma não tem nenhuma acusação contra ela na Lava Jato.

      Elmano destacou que a oposição teve maioria na Câmara mas não tem a maioria do povo brasileiro. Esclareceu ainda que o PT não apresentou nenhuma PEC de eleição. Quem está apresentando são senadores do PSD e senadores sem partido.

      Sem citar nomes, criticou Adail Carneiro que justificou sua traição dizendo que não aguentou a pressão e fez questão de lembrar da deputada que condenou a corrupção no domingo e teve seu marido preso na segunda-feira pela PF. Segundo ele, o que querem muitos dos que votaram a favor do golpe é barrar a Lava Jato para não chegar neles e o motivo central é a derrota nas urnas.

      Elmano desafiou o PMDB a votar pela cassação de Eduardo que tem R$ 55 milhões em contas na Suíça, fruto de propina por corrupção.
      Também destacou a preocupação em ver o grande empresariado brasileiro, financiando o golpe, principalmente a FIESP. "É com essa turma que o Temer tem compromisso" e lembrou o que disse o presidente da FIESP que trabalhador não precisa ter intervalo para o almoço. O compromisso do Temer é reduzir o salário mínimo, as subvenções sociais, tirar dinheiro do Bolsa Família, do Fies, retirar da Constituição as conquistas em obrigatoriedade de investimento na educação (25%) e na Saúde (15% ) e entregar o Pré Sal às multinacionais, como está escrito no projeto "Ponte para o Futuro", apresentado pelo PMDB.
      Elmano declarou que a luta não vai parar, seja qual for o resultado desse momento de conturbação no Brasil. "Nós vamos ficar na rua com muita luta. Podemos não ter a maioria parlamentar, mas o povo não vai se submeter. E os partidos democráticos do País vão se manter na defesa do povo brasileiro, junto com os grandes movimentos sociais".

      Também usou da tribuna, entre outros, o deputado Leonardo Araújo, que baixou o nível do debate chamando Lula de "gangster" e em aparte, Thomas Holanda que ironizou com a expressão "bye, bye Dilma".

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