Delator em Brasília, delatado em Goiânia

247 – O jornalista Luiz Carlos Bordoni, que diz ter trabalhado para a campanha do governador Marconi Perillo, em Goiás, recebendo recursos de caixa dois, se viu ontem na situação oposta. Foi acusado pelo ex-vereador Wladimir Garcêz de ter extorquido o bicheiro Carlos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres. Leia, abaixo, a reportagem do jornal “O Popular”:

Operação Monte Carlo

Wladmir Garcêz acusa Bordoni de ter extorquido Cachoeira

O ex-vereador Wladmir Garcêz, do PSDB, acusou o jornalista Luiz Carlos Bordoni de ter extorquido o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no ano passado, para que não expusesse a relação do senador Demóstenes Torres com contraventor.

A afirmação, feita nesta terça-feira (26) durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de Goiás, vem de encontro com o que já havia dito a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, na última sexta-feira (22). Segundo Waldmir Garcêz, que esteve preso de 29 de fevereiro ao dia 15 deste mês em função da Operação Monte Carlo, ele próprio fez o intermédio de um dos pagamentos a Bordoni, cujo valor total da suposta extorsão foi de R$ 200 mil.

O ex-vereador afirmou aos deputados-membros da CPI que Cachoeira repassou o dinheiro ao jornalista Bordoni. Segundo Wladmir, foram dois depósitos bancários e mais um repasse em dinheiro. Informou que o primeiro depósito foi feito na conta bancária de uma filha de Bordoni, mas Wladmir disse não saber o nome dela. "Eu passei o número da conta dela a Geovani", disse o ex-vereador. Geovani Pereira da Silva é apontado como tesoureiro de Carlos Cachoeira. 

Na saída de Wladmir Garcez da CPI, houve tumulto quando os jornalistas tentaram se aproximar do depoente, e foram impedidos pelos seguranças da Casa.

Em nota, o jornalista Luiz Carlos Bordoni negou as afirmações de Wladimir Garcêz. Ele disse que o grupo de Cachoeira quer mudar o foco das denúncias feitas por ele, quando revelou que no início do mês ter recebido dinheiro de uma empresa ligada ao contraventor, como pagamento aos serviços feitos na campanha do governador Marconi Perillo.