Denúncia de amante revela vídeos e leva à prisão de mãe e padrasto por abusos
O homem relatou à polícia que já notava um comportamento retraído na menina, que, por vezes, acordava assustada
247 - A Polícia Civil desvendou um caso de estupro de vulnerável contra uma menina de apenas 3 anos em Ribeirão Preto, São Paulo, após a denúncia surpreendente feita pelo amante da mãe da criança. A investigação resultou na prisão de Leiliane Vitória Oliva Coelho, de 22 anos, e de seu companheiro, o padrasto da vítima, Andrey Gabriel Eduardo Bento Zancarli, de 23. A informação é do g1.
Os episódios de abuso vieram à tona quando o denunciante, que mantinha um relacionamento extraconjugal com Leiliane por cerca de seis meses, obteve acesso ao celular dela. O homem relatou à polícia que já notava um comportamento retraído na menina, que, por vezes, acordava assustada e pedia para "parar", gerando estranhamento. Ele também mencionou a resistência de Andrey em matricular a criança na creche.
Provas nos celulares
Na última terça-feira (9), o amante identificou no aparelho de Leiliane conversas com o padrasto que continham vídeos dos abusos sexuais cometidos contra a filha, incluindo referências à possível administração de substâncias para dopar a vítima. Ele realizou capturas de tela das mensagens e das filmagens, apresentando o material à Polícia Civil, que agiu rapidamente e prendeu o casal na noite de quarta-feira (10).
A delegada Michela Ragazzi, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), informou que os vídeos e imagens, que mostram atos libidinosos, tinham o objetivo de "satisfazer fantasias sexuais deles". O casal nega a prática de estupro, mas admite ter gravado as filmagens encontradas nos aparelhos, que estão sendo periciados.
Versão dos suspeitos
Apesar das evidências, os suspeitos apresentaram versões que negam a consumação do ato sexual, mas confirmam o erro.
Na saída da DDM, Andrey Gabriel Eduardo Bento Zancarli admitiu a falha, mas tentou se eximir da acusação de estupro:
"Foi mais por causa que gostava muito da pessoa. Basicamente por isso. A gente não estuprou uma criança, agente acabou nem tocando nela. Não está tudo bem, não acho que está tudo bem. Sei que foi um erro gigantesco, mas a única coisa que posso deixar claro é que a gente não tocou na menina, não fez nada sexual com ela, nada do tipo."
Leiliane Vitória Oliva Coelho, por sua vez, manifestou arrependimento e aceitação das consequências:
"Eu amo a minha filha, não sei o que deu em mim. Um vídeo estragou tudo. Uma coisa ruim que você faz anula todas as coisas boas. Eu mereço tudo o que vier, o que me acontecer, mereço tudo."
A delegada Ragazzi confirmou que o casal alegou em depoimento que as trocas de mensagens continham apenas "fantasias sexuais realizadas entre eles" e que, "efetivamente eles não expunham a criança a nenhum ato libidinoso ou sexual". Contudo, a polícia tem material que indica o contrário.
O casal foi autuado em flagrante, posteriormente convertido em prisão preventiva pela Justiça. Eles responderão por estupro de vulnerável – crime que, pela lei brasileira, se configura por conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com menor de 14 anos – além de divulgação de cenas de sexo e exploração sexual infantil.
As crianças – a menina de 3 anos e um bebê de 4 meses, filho do casal – foram entregues a outros familiares sob a orientação do Conselho Tutelar, que foi acionado. O padrasto foi transferido para a Cadeia de Santa Rosa de Viterbo, enquanto a mãe aguarda remoção em Ribeirão Preto.
