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Depois de apagar grafites, Doria anuncia ação com grafiteiros

Após comprar briga com pichadores e grafiteiros, que passaram a deixar recados em diversos pontos da cidade para o prefeito, João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira 26 a ideia de convidar a cada três meses artistas de rua selecionados pela Prefeitura para grafitarem em locais já escolhidos; "A possibilidade de expor e valorizar a sua arte de forma ampla, livre, porém, sob organização", disse o tucano; a ação foi anunciada na Avenida 23 de Maio, onde Doria mandou cobrir de tinta cinza o maior museu a céu aberto da América Latina

Após comprar briga com pichadores e grafiteiros, que passaram a deixar recados em diversos pontos da cidade para o prefeito, João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira 26 a ideia de convidar a cada três meses artistas de rua selecionados pela Prefeitura para grafitarem em locais já escolhidos; "A possibilidade de expor e valorizar a sua arte de forma ampla, livre, porém, sob organização", disse o tucano; a ação foi anunciada na Avenida 23 de Maio, onde Doria mandou cobrir de tinta cinza o maior museu a céu aberto da América Latina (Foto: Gisele Federicce)
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Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil

O prefeito de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quinta-feira (26) um projeto para permitir a pintura de murais de grafite na cidade, como um "museu de arte de rua a céu aberto". A proposta surge em meio a protestos e críticas à administração municipal por ter apagado grandes murais e grafites na capital paulista.

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Ontem (25), a estátua do Apóstolo Paulo, na Praça da Sé, foi manchada com tinta vermelha em frente à catedral onde o prefeito assistiu à missa em celebração ao aniversário de 463 anos da cidade. Hoje, o asfalto de um trecho da Avenida Paulista, na região central, amanheceu marcado com diversas cores. Pichadores deixaram recados ao prefeito em vários pontos da cidade, inclusive sobre o mural do grafiteiro Eduardo Kobra, na Avenida 23 de Maio, que havia sido preservado pela ação de remoção feita pela administração municipal.

 

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Foi justamente nessa avenida, onde foram apagadas algumas das pinturas mais conhecidas da cidade, que o prefeito divulgou hoje a nova iniciativa. O Museu de Arte na Rua consiste, segundo Doria, em ações feitas a cada três meses, nas quais um grupo selecionado de grafiteiros receberá recursos da prefeitura para fazer intervenções em pontos previamente escolhidos da cidade. "A possibilidade de expor e valorizar a sua arte de forma ampla, livre, porém, sob organização", ressaltou o prefeito ao inaugurar a nova pintura do Monumento dos 80 anos da Imigração Japonesa, da artista Tomie Ohtake, no canteiro central da avenida.

Doria destacou, no entanto, que a prefeitura vai combater os pichadores. "Nós não vamos admitir a presença de pichadores. Respeitaremos os muralistas e grafiteiros. Se eles pensam que com ataques, com pichações vão inibir a ação do prefeito, ao contrário, a perseverança só aumenta para defender a cidade", disse.

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Durante a cerimônia, o prefeito recebeu diversas manifestações dos motoristas que passavam pela via. Foram desde declarações de apoio até xingamentos com palavras de baixo calão.

Seleção

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Para escolher os artistas que participarão do projeto, será formada uma comissão independente que fará a análise do portfólio e currículo dos candidatos. "É um museu a céu aberto. Não é a ideia de fechar o grafite em algum lugar, mas que o grafite seja uma grande presença na cidade, para que São Paulo conquiste o título de capital mundial do grafite", destacou o secretário municipal de Cultura, André Sturm.

A primeira ação do Museu de Arte na Rua deve ocorrer em março. Cada edição do festival de grafite deverá custar cerca de R$ 800 mil, segundo o secretário. Os pontos que receberão os trabalhos ainda sendo definidos pela prefeitura. A primeira ação será na região do Baixo Augusta. "A gente está avaliando locais onde a gente possa ter muitos artistas ao mesmo tempo trabalhando", disse Sturm.

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Críticas

Para o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, a abordagem da prefeitura de São Paulo sobre o tema das pichações e grafites tem sido "autoritária" e a proposta do museu não altera a "postura equivocada" da gestão municipal, por não incluir os artistas na discussão do projeto.

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"O grafite é um componente da paisagem urbana e do espaço público urbano. Como tal, ele tem que ser trabalhado pelo Poder Público democraticamente", disse Nakano. "Os grafiteiros têm que ser envolvidos no início do processo. Eles tem que ajudar o Poder Público a definir os lugares mais importantes para eles fazerem a intervenção. Porque os grafiteiros já tem essa leitura da cidade", destacou.

"O grafite não é só uma parede pintada, é uma intervenção que dialoga com o lugar", acrescentou o especialista. Segundo Nakano, os murais e desenhos são adaptados, tanto tematicamente quanto em relação a forma, ao local onde estão expostos. "Por isso que o desenho dos grafites da [Avenida] 23 de Maio, que são observados principalmente dos motoristas de carro, são completamente diferentes dos desenhos do Beco do Batman, que você observa caminhando a pé", comparou.

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