Depois do buffet, Cid quer usina só para aquário

Pernambuco 247 - O governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), anunciou a construção de uma usina termelétrica para abastecer exclusivamente o Aquário Ceará, que está sendo construído pelo governo Estadual na praia de Iracema (CE). O custo da usina, orçada em R$ 16 milhões, deve ser adicionado aos mais de R$ 110 milhões já previstos para o projeto, e tem causado polêmica devido ao valor gasto na obra. Não é a primeira vez que o gestor – que, junto ao irmão, Ciro Gomes (Pros), está sendo cotado para assumir o ministério da Saúde após a saída do ministro Alexandre Padilha (PT) – se envolve em uma contenda acerca de gastos públicos no governo.

De acordo com o governo, a usina não causará danos ambientais, e funcionará para controlar a temperatura da água dentro do aquário. Já o preço da manutenção do equipamento não foi divulgado. O aquário – que será o maior da América Latina – está previsto para ser finalizado em janeiro de 2015, e deverá ser habitado por cerca de 35 mil animais. O preço dos ingressos ainda não foi anunciado, mas deverá ficar entre R$ 45 e R$ 50. A expectativa do governo é que o local seja visitado por cerca de 1,2 milhões de pessoas por ano.

O empreendimento sofreu questionamentos desde o seu anúncio, em 2009. De acordo com as críticas, o investimento na construção diverge da realidade do Estado, que enfrenta a pior seca em mais de 50 anos. A obra foi taxada de “grandiosa para um Estado pobre”, e o local recebe reclamação dos banhistas, os quais afirmam que a areia da praia de Iracema está misturada com restos de concreto e metais. O anúncio da implantação da usina termelétrica reacendeu a polêmica, chegando a ser classificado como “luxo para uma casa de peixe”.

A construção do aquário não é a primeira polêmica envolvendo o governador cearense. No começo de 2013, Cid contratou a cantora Ivete Sangalo para realizar um show de inauguração de um hospital em Sobral – com cachê orçado em R$ 600 mil – cujo teto desabou pouco tempo após entrar em funcionamento. Ainda neste ano, o gestor foi acusado de gastar cerca de R$ 3,4 milhões com a contratação de um bufê particular para atender às necessidades do Palácio da Abolição – sede do governo – e do gabinete do governador. A gestão também é criticada por gastar cerca de R$ 78 milhões na compra de três helicópteros fabricados na Alemanha.