Deputado denuncia servidora que vive no Rio
Enquanto a auditoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na folha de pagamento dos servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas não é feita e concluída, o deputado João Luiz (DEM) denunciou que entre as pessoas que recebem salários ilegalmente está uma servidora que mora no Rio de Janeiro e uma médica que ocuparia, ao mesmo tempo, funções no Legislativo e no Executivo; integrantes da Mesa Diretora pediram ao parlamentar que apresente as denúncias de forma oficial para que medidas legais sejam tomadas
Alagoas247 - A sessão ordinária desta quinta-feira (11) na Assembleia Legislativa de Alagoas foi marcada por cobranças pelos deputados, junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, no tocante à anunciada auditoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na folha de pagamento dos servidores da Casa de Tavares Bastos. Na sessão, o deputado João Luiz (DEM) cobrou rigor na apuração e denunciou que, entre as pessoas que estariam a receber ilegalmente está uma servidora que - segundo ele - mora no Rio de Janeiro, além de uma médica que ocuparia, ao mesmo tempo, funções no parlamento e no Executivo.
De acordo com João Luiz, o parlamento precisa realizar um levantamento completo na folha, responsabilizando e punido os responsáveis. O parlamentar lembrou que a Mesa da ALE 'precisa ter força política porque pessoas influentes inseridas na folha podem reagir contra os responsáveis pela auditoria'.
João Luiz revelou, ainda, que a referida servidora residente no Rio de Janeiro estaria retornando para Maceió para evitar que a auditaria flagre a irregularidade. O tema gerou uma tensa discussão na sessão desta quinta, com a participação de vários parlamentares.
“À época de vereador, realizamos um levantamento na folha da Câmara de Maceió e, durante o processo, fui alvo de várias ameaças. Os feudos que lá estão também figuram aqui. Diante disso, acredito que a Mesa precisa de força para realizar uma auditoria eficaz e com a força necessária para expurgar as irregularidades”, disse João Luiz.
Em aparte, o deputado Antônio Albuquerque (PRTB) se mostrou favorável à auditória. Ele chegou a classificar os últimos oito ano da ALE como o período mais negro do parlamento. “Algumas pessoas simplesmente não suportam auditoria. Tenho 21 anos de mandato aqui nesta Casa e conheço de perto toda essa situação. Os servidores que mais reclamam são os que apresentam alguma suspeita de irregularidade, enquanto outros são extremamente injustiçados. Que a auditoria aponte o que precisamos saber”, expôs Albuquerque.
Em 2014, depois de o então presidente Fernando Toledo (PSDB) seguir para o Tribunal de Contas do Estado, Albuquerque reuniu a imprensa e apontou a existência de cerca de 200 funcionários fantasmas na folha, perfazendo um desfalque mensal na ordem dos R$ 2,5 milhões nos cofres públicos. Conforme Albuquerque, o pagamento aconteceu ao menos durante os últimos dois anos, o que pode ter significado um prejuízo de R$ 60 milhões.
Já os deputados Chico Tenório (PMN) e Edval Gaia (PSDB) também cobraram da Mesa Diretora firmeza quanto às eventuais irregularidades. O tucano lembrou que, em meio às denúncias, a folha de pagamento da Casa de Tavares Bastos é classificada como 'caixa-preta'.
“A auditória não vai perseguir ninguém. O que eles [auditores] vão realizar é o levantamento sobre a realidade da Casa. Isso é muito bom porque a caixa-preta será finalmente aberta. Esse é o desejo da sociedade alagoana. Há uma cobrança para que a ALE viva um novo momento, e acredito que isso será possível a partir deste trabalho”, colocou Gaia.
Em resposta às críticas e aos questionamentos sobre a auditoria, o presidente da Assembleia, deputado Luis Dantas (PMDB), disse que concorda com o argumento de que o valor de R$ 1,5 milhão pago à fundação é alto. No entanto, apontou ele, o resultado esperado com o levantamento tende a superar um eventual prejuízo com o montante desembolsado.
Dantas disse também que tem conhecimento de várias suspeitas de irregularidades na folha de pagamento. Porém, segundo ele, a Mesa só pode agir quando houver a comprovação do fato.
O parlamentar afirmou, ainda, reconhecer que os auditores poderão ser pressionados, garantindo, porém, que o resultado da auditoria será posto em prática. “Todos os servidores terão o direito à defesa. Não haverá perseguição, apenas o combate às irregularidades”, assegurou ele.
Ao término da sessão, os integrantes da Mesa Diretora pediram ao deputado João Luiz que apresente as denúncias de forma oficial, para que, desta forma, as medidas legais sejam adotadas contra os servidores a serem investigados.
Com gazetaweb.com
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