Deputados criticam plano de segurança
O plano Brasil Mais Seguro – Quem Ama Alagoas Constrói a Paz completa um ano na próxima quinta-feira (27) sem que a população alagoana tenha o que comemorar. Passados doze meses de seu lançamento, o sentimento de insegurança segue a dominar o semblante de quem se vê à mercê da violência, que só cresce. Tanto que, nos primeiros seis meses de 2013, mais 1.010 pessoas foram assassinadas por arma de fogo ou branca, na capital e interior do Estado.
Alagoas247 - Insatisfeitos com os números que colocam em xeque o objetivo do programa – viabilizado pelo governo federal e já considerado a última aposta no combate à violência –, parlamentares alagoanos seguem a questionar a atuação dos órgãos de segurança locais, criticando a postura do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) no tocante ao problema que aflige comunidades inteiras.
Entre os que externam preocupação para com a escalada da violência em Alagoas estão os deputados estaduais Ronaldo Medeiros (PT) e João Henrique Caldas (PTN), além do deputado federal Paulão (PT), que defendem mudanças urgentes no enfrentamento à criminalidade.
As velas que o governo estadual expõe na propaganda institucional contrastam com a dor e sofrimento das dezenas de famílias alagoanas, que choram a perda de entes queridos. Segundo Ronaldo Medeiros, presidente da Comissão Especial para Acompanhamento do Brasil Mais Seguro, o ciclo da violência no Estado 'segue sem alteração'.
“Como resultado, a implantação de políticas públicas de qualidade ficam em segundo ou até terceiro plano. São inúmeras às vezes em que abrimos os jornais e nos deparamos com as muitas cenas de violência, principalmente com assassinatos. Presenciamos uma realidade que choca e assusta. E estas ocorrências se dão, na maioria das vezes, na periferia de Maceió, em regiões esquecidas pelo Estado”, avaliou.
Durante o lançamento do Brasil Mais Seguro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), disse que o Plano Brasil Mais Seguro seria um modelo piloto a ser implantado em Alagoas e que, devido ao irrestrito apoio do governo federal, a proposta teria a obrigação de prosperar no Estado.
Para Medeiros, 'a União cumpriu sua parte e faltou ao governo de Alagoas estabelecer ações conjuntas que resultassem diretamente na redução dos números da violência'. “Por que se mata tanto na parte alta de Maceió? Na contramão deste cenário, bairros como Ponta Verde, Jatiúca e Pajuçara registram pequenos índices de assassinatos. E não é preciso buscar respostas no outro lado do mundo para se saber que a ausência do Estado nos respectivos bairros resulta na violência. O menor abandonado vira um adulto problemático. Armas e novas viaturas não mudam esse triste cenário de guerra. Precisamos de investimento em pessoal, de muito mais”, afirmou.
Por sua vez, o deputado federal Paulão (PT) já afirmara considerar inapropriado o 'clima de festa' que o governo do Estado tenta emplacar, celebrando o 'sucesso' do plano. Ele afirma que a insegurança e o clima de violência são companheiro diário dos alagoanos. “Os índices são alarmantes. É preciso muita prudência nessa hora difícil por qual Alagoas passa”, assinalou, assegurando ainda que a crítica 'é apartidária', ao contrário do que, segundo ele, costuma afirmar o próprio governador Teotônio Vilela.
Já o também deputado João Henrique Caldas (PTN) questionou a aplicação dos recursos garantidos pelo governo federal. Segundo o parlamentar, os municípios mais pobres ficam à margem do plano de segurança. “Maceió e Arapiraca recebem reforço no policiamento. Enquanto isso, pequenas cidades sequer têm policiais. Ficam completamente abandonadas. A ausência do poder público é total. Como resultado, a bandidagem faz a festa. E é bom lembrar que os moradores dos municípios menores também são alagoanos e que, portanto, precisam de segurança pública”, avaliou.
JHC também faz coro ao posicionamento de Medeiros e defende a priorização de ações sociais que fortaleçam os bairros mais carentes, especialmente no interior. “E não se faz segurança apenas com armas. Educação e Saúde também precisam, essencialmente, entrar na lista de prioridades do Plano de Segurança. Caso contrário, índices negativos seguirão crescendo e a população, assustada, não terá a quem clamar por ajuda”, analisou.
Com gazetaweb.com
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