Desejo de mudança, mas somente na “coordenação”

Beatriz Braga _PE247 - Alternativa da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), do PT, para o quadro sucessório do Recife, o secretário estadual de governo, Maurício Rands, afirmou, em entrevista à Rádio Folha, que o eleitorado recifense não tem problemas com a base aliada, mas sim com quem está no comando dela na capital pernambucana: o prefeito João da Costa (PT). Por isso, o petista propõe apenas uma mudança de “coordenação”.

“Sinto que o povo está satisfeito com a aliança que governa nossa cidade, que quer que continue o bloco das forças unidas. Eu detecto sinais de que há segmentos da cidade que quer manter o time e substituir quem coordena o time”, alfinetou Maurício Rands.

O petista também garantiu que o ex-presidente Lula enxerga com bons olhos a sua candidatura. “Eu não posso falar pelo presidente Lula, mas tenho convicção que ele vê com os melhores olhos (a possibilidade de Rands ser o candidato pelo PT)”, frisou o secretário, lembrando que sempre esteve ao lado do presidente, inclusive nas piores momentos do seu mandato.

Sobre o apoio de outro bem cotado cabo eleitoral no Recife, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), Rands afirma que o socialista apoiará o candidato que sairá vitorioso das prévias, seja o secretário ou o atual prefeito. “Eduardo disse que não ia se intrometer na disputa interna de um aliado, que quer a Frente Popular unida, que para manter o equilíbrio político o PT tem a precedência em indicar o candidato à prefeitura e que aquele candidato do PT vai ter apoio dele”, assegurou.

Rands também explicou que os secretários do PT estão conscientes das diferenças entre as mudanças causadas pela realização das prévias e as atividades normais da atual gestão.

“Todos os cargos de secretário e de confiança são de livre nomeação e exoneração do prefeito. Os cargos sempre estarão à disposição do prefeito. Nesse processo de prévias, é preciso ter responsabilidade com a governabilidade. O processo de democracia interna é bom, mas não pode prejudicar os serviços públicos. Se nessa discussão, o prefeito preferir fazer substituição, fará. Mas se preferir ficar eles saberão, eles (os secretários) saberão diferenciar a questão das prévias e da gestão”, concluiu.