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Desembargador humilha advogada por causa de sua roupa

Em Goiânia, magistrado ameaçou deixar audiência do Tribunal Regional do Trabalho, por achar que a advogada estava de camiseta; a advogada revelou que estava de macacão e que nunca passou por uma situação parecida em cinco anos atuando na advocacia

Em Goiânia, magistrado ameaçou deixar audiência do Tribunal Regional do Trabalho, por achar que a advogada estava de camiseta; a advogada revelou que estava de macacão e que nunca passou por uma situação parecida em cinco anos atuando na advocacia (Foto: Charles Nisz)
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Revista Fórum - Um caso inusitado ocorreu nesta quinta-feira (17-8), em Goiânia. A advogada Pamela Helena de Oliveira Amaral, de 33 anos, revelou que ficou “extremamente constrangida”, depois que o desembargador Eugênio Cesário ameaçou deixar uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho, por causa da roupa dela. Um vídeo mostra quando o magistrado diz que ela está usando camiseta. No entanto, ela estava com um macacão longo.

Nas imagens, o desembargador diz que as vestimentas da advogada não estavam adequadas ao local. “O fórum é todo feito de simbologia, olha as bandeiras de simbologia lá, olha nossas togas, a que a senhora vai vestir aí e a senhora vem fazer uma sustentação oral de camiseta? Se for para fazer, eu saio”, criticou.

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Pamela conta que é advogada há cinco anos e nunca passou e nem viu uma situação parecida. “Um dia antes eu tinha ido ao TST, que é uma instância superior, com uma roupa parecida, um vestido de alça, e ninguém falou nada. Já usei o mesmo macacão em outras situações e nunca tive problema”, relatou. A advogada conta que tem uma filha de dois anos e amamentava até dois meses atrás. “Eu uso muito dessas roupas com alça para facilitar a amamentação. Eu estava apenas com os braços de fora, mas eu colocaria a toga e nem daria para ver”, explicou.

Além disso, a Pamela aponta que não há uma norma escrita determinando que peças de roupa usar ou não nesse tipo de situação e que ela não estava com nenhuma vestimenta que fosse chamativa ou desrespeitosa. “No vídeo, uma desembargadora disse que eu estava de vestido, não de camiseta como achou o desembargador. Como eu estava já tremendo de nervosa, envergonhada, concordei e nem expliquei que era um macacão. O vídeo não mostra, mas ele diz que se recusava a continuar lá e saiu. Depois que eu peguei um blazer emprestado é que ele voltou”, continuou.

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Por fim ela considera que a atitude do magistrado foi desmedida. “Faltou bom senso e ética da parte dele ao me tratar assim na frente de todos”, afirmou Pamela. A advogada informou que vai requerer as imagens gravadas pelo próprio TRT durante a sessão e formalizará uma reclamação junto à Ordem dos Advogados do Brasil para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Versão do Tribunal
Em nota, o TRT afirmou que entende ser um “incidente isolado”, e acredita na manutenção das boas relações mantidas com os advogados. Já a Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) publicou duas notas de repúdio no site do órgão. A instituição considerou que “por conta de um julgamento pessoal e desarrazoado, o magistrado inviabilizou que a advogada fizesse uso da Tribuna para a defesa dos interesses de seu constituinte”. Além disso, explica que compete apenas à OAB determinar critérios para o traje dos advogados no exercício profissional.

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A Comissão da Mulher Advogada também repudiou o ato do magistrado, inclusive pelo “tom autoritário proferido” e que está requerendo providências à direção da OAB para apurar os fatos e tomar as medidas por justiça e coação de novos casos similares.

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