Diminua os riscos e use o tempo a seu favor
Mesmo em cenrios volteis em que a preferncia pelo mercado acionrio perde terreno, o retorno do seu investimento em aes pode surpreender com escolhas adequadas ao contexto e ao prazo das aplicaes
Luciane Macedo _247 - Sob o impacto das incertezas no cenário internacional, o Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas diariamente na Bolsa de Valores de São Paulo, tem registrado baixas constantes desde o início do ano. A primeira impressão pode ser bastante desanimadora para quem ainda não conhece o mercado acionário, mas nem isso impede que cada vez mais investidores continuem chegando à Bolsa de Valores, principalmente com as facilidades do home broker e os preços convidativos de algumas ações que, tradicionalmente, rendem bons dividendos no mercado, como os papéis das Blue Chips.
A democratização do acesso a informações sobre o mercado financeiro na internet, além de simuladores de investimento, que os novatos podem utilizar para treinar antes de investir seu dinheiro para valer, também contribuem para aguçar ainda mais a curiosidade de quem está disposto a investir em ações para diversificar a sua carteira de investimentos.
Mas quem já conhece o pregão da Bolsa de Valores sabe que este é um mercado de risco e que as perspectivas de ganhos são melhores no longo prazo, o que não impede que investidores vendam ações dias depois da compra, tão logo detectem uma alta. Seja o seu horizonte temporal de curto, médio ou longo prazo, saiba que as escolhas por ações mais adequadas ao cenário e ao prazo de investimento podem fazer toda a diferença entre perdas e ganhos.
"O brasileiro é imediatista e a visão de curto prazo é cada vez mais contemplada, principalmente com a popularização da Bolsa de Valores", comenta Marco Saravalli, analista de investimentos da corretora Coinvalores. "Neste cenário de incerteza que vem de fora e alta volatilidade, o investimento em curto prazo requer maior previsibilidade na carteira de ações", orienta Saravalli. "As escolhas devem ser direcionadas a empresas que tenham um negócio previsível, como as dos setores de serviços públicos", assinala o investidor, sugerindo ações nos segmentos de energia elétrica e água e saneamento como algumas boas opções para compor metade da carteira do investidor de curto prazo. "As empresas de serviços públicos são fortes pagadoras de dividendos e geradoras de caixa", explica Saravalli. "Elas vão na contramão da média do mercado".
Segundo o analista, as ações da Eletropaulo renderam 26,74% em 2010. "É um desempenho, no mínimo, duas vezes superior aos juros da Selic e um retorno melhor que o CDI", assinala o analista. Ainda de acordo com Saravalli, a alta acumulada da Eletropaulo em 2011, até o pregão do dia 20/9, era de 13,6%, superando novamente a Selic. Outra empresa a considerar, esta no segmento de água e saneamento, é a Copasa, cujas ações acumulavam alta de 16,3% até o pregão do dia 20/9.
Ações de empresas ligadas ao consumo interno são outro forte componente da carteira do investidor que está pensando em comprar e vender logo. "São empresas que crescem apesar do cenário internacional, cujos produtos são voltados para o mercado nacional", diz Saravalli. A Souza Cruz é um papel a considerar neste leque de opções ligadas ao consumo. O analista da Coinvalores sugere ainda que o investidor observe atentamente empresas nos setores de alimentos e saúde.
Com exposição reduzida na carteira de curto prazo, entram ações das chamadas Blue Chips, empresas como a Petrobras e a Vale. "São ativos atraentes, de empresas que ainda têm muito potencial de expansão com o pré-sal e o minério de ferro direcionado ao mercado chinês", explica Saravalli.
Para aplicações de médio prazo, a orientação do analista da Coinvalores é incluir empresas ligadas ao setor de infraestrutura na carteira, seguindo-se as mesmas indicações para o curto prazo, mas com distribuições diferentes. "As licitações virão, as obras vão começar e as ações das empresas de infraestrutura reagirão dentro dessa expectativa", justifica Saravalli. "As empresas fornecedoras da Petrobras devem multiplicar suas receitas", projeta o analista.
O investimento de longo prazo no mercado de ações é um das rotas preferenciais dos investidores mais experientes. Segundo pesquisa do instituto Assaf, a Bolsa de Valores teve rentabilidade real (inflação já descontada) de 136,24% nos últimos dez anos, a segunda maior entre oito tipos de aplicações financeiras, perdendo apenas para o Tesouro Direto. O levantamento do instituto Assaf considerou o IBovespa entre janeiro de 2002 e julho de 2011.
Nesse horizonte de longo prazo, o destaque no portfolio é compartilhado entre o setor de consumo interno e ações das Blue Chips, que tendem a recuperar sua valorização com o passar dos anos. "O único país que tem oferta crescente de minério de ferro com volume e qualidade é o Brasil", comenta Saravalli, referindo-se a um dos principais produtos de exportação da Vale. No mercado petroleiro, a expectativa é de que a demanda adicional dos países emergentes, principalmente da China, substitua a decrescente dos países desenvolvidos pelos próximos 20 anos. De acordo com o analista da Coinvalores, a Vale acumulou alta de 1.162% nos últimos dez anos e a Petrobras, 549%.
Veja a tabela para mais detalhes sobre como montar seu portfolio de ações de acordo com o seu horizonte temporal. E, para diversificar a sua carteira de investimentos segundo o seu perfil, clique aqui ou baixe a edição #8 da "Seu Dinheiro" no seu iPad.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: