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      Dinheiro extra do 13º estimula virada financeira

      Maioria vai pagar dvidas, mas resistir ao consumo pode render frutos o ano todo.Otimismo do Ano Novo estimula cultura de poupador

      Dinheiro extra do 13º estimula virada financeira (Foto: Shutterstock)
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      Luciane Macedo _247 - Dinheiro extra, fôlego novo para 2012. Para mais da metade dos brasileiros que têm direito ao 13º salário, o benefício oferece a oportunidade de começar o ano novo "zerado", pagar as dívidas e deixar as contas em ordem. Segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), 60% usarão o abono de Natal para este fim.

      Para quem chegou a dezembro sem pendências financeiras, é grande a tentação de gastar tudo com presentes, viagens e comemorações de fim de ano. O clima é de festa, e é natural que parte do dinheiro extra seja destinado a uma compra sonhada ou uma viagem muito desejada para quem trabalhou o ano todo e já é craque em manter o orçamento em dia. Mas nem todo o 13º precisa sair do bolso direto para o consumo -- e nem deveria, visto que há despesas já previstas em janeiro.

      Em todos os casos, até para os endividados, o 13º no bolso, aliado ao otimismo das festas, oferece uma oportunidade ímpar para dar uma virada na vida financeira. É o grande momento de "virar a mesa" para quem está sempre sem dinheiro começar um novo ano com todo potencial para ser com dinheiro. E para quem só consegue guardar uma parte do salário esporadicamente, poupar parte do 13º para começar 2012 já com uma reserva pode dar o incentivo que faltava para guardar dinheiro todo mês e criar uma cultura de poupador. Quem já têm essa disciplina também pode aproveitar a renda extra para diversificar os investimentos com aplicações mais agressivas, que tragam oportunidades maiores de ganhos.

      Seja para turbinar os investimentos ou começar a investir, o 13º salário dá a todos a chance de adicionar ao brinde da virada a semente financeira para um próspero 2012. 

      "A virada do ano mexe com o lado emocional, é um novo começo e as pessoas estão mais otimistas, mais motivadas, então aumenta muito a chance de um planejamento financeiro dar certo se a pessoa já começar o ano com dinheiro no bolso", avalia o educador financeiro André Massaro, da MoneyFit. "Com certeza, é uma época que favorece quem quiser começar a poupar a cultivar o hábito pelo resto do ano". 

      (clique para ampliar)

      Quem está endividado deve usar o 13º salário não só para quitar as pendências e começar 2012 "zerado", se possível, mas também para não ver o valor dívida crescer ao longo do novo ano. "A maioria das pessoas está endividada no cartão de crédito ou no cheque especial, que têm taxas muito altas, de quase 240% de juros ao ano, então esse tipo de dívida deve ser estancada o quanto antes", recomenda o educador financeiro. "Quem está nessa situação não deve pensar duas vezes antes de usar todo o 13º salário para pagar as dívidas". 

      O endividado pode achar difícil resistir aos apelos consumistas do final de ano, mas Massaro fez um cálculo que pode servir como um estímulo extra. Segundo o educador financeiro, quem tem uma dívida de R$ 1.000, hoje, no cartão de crédito terá, dentro de cinco anos e meio, uma dívida milionária: R$ 1 milhão. "É melhor não gastar o 13º com presentes e começar o ano no azul", reforça Massaro. "Quem zerar as dívidas também pode mudar os hábitos e assumir um compromisso consigo mesmo na virada do ano", incentiva o educador financeiro. "Manter os problemas do endividamento bem vivos na memória ajuda como um incentivo a mais para não repetir tudo de novo". 

      A dica para quem não tem pendências financeiras é não deixar que o consumo das festas leve embora todo o 13º. "Quem não se planejou e não comprou os presentes antecipadamente é bom fazer muita pesquisa, porque vai ser difícil encontrar boas condições", comenta Massaro. "São grandes as chances de descontrolar as finanças nessas compras, mesmo para quem está com elas equilibradas". É claro que as recompensas são mais que permitidas para quem chegou até dezembro no azul. Mas o ideal seria direcionar apenas parte desse dinheiro ao consumo e tanto quando possível para investir. 

      "O equilibrado e sem dívidas deve estimar quanto vai gastar, o ideal é que ele faça sobrar o máximo possível do 13º para investir", recomenda Massaro. "Se otimizar os gastos, fazendo o máximo com o mínimo, ele pode destinar uma fatia maior do 13º para os investimentos", assinala o educador financeiro. "O Tesouro Direto é o mais indicado, principalmente para o investidor sem preparo", diz Massaro. "É um investimento fácil, defensivo, com menor risco e maior liquidez". O educador financeiro também recomenda destinar parte do 13º para começar um plano de previdência privada. Os benefícios fiscais podem ser um incentivo extra para criar uma cultura de poupador. "É um investimento que favorece a criação de uma rotina, de adotar como prática guardar um dinheiro todo mês para garantir tranquilidade no futuro", comenta Massaro. 

      Já quem está bem de reservas financeiras e não vai precisar do dinheiro extra do 13º salário pode se dar ao luxo de ser mais generoso nos presentes, festas e viagens de fim de ano, diversificar os investimentos com aplicações mais arrojadas ou, se preferir, destinar 100% da renda extra a um plano de previdência privada. 

      Também é importante não esquecer das despesas de janeiro, que já podem criar um stress financeiro logo de cara e jogar um balde de água fria na motivação da virada. "Se a pessoa não entrar no ano novo com as contas equilibradas e alguma reserva, essas despesas já podem desmotivar", adverte Massaro. "Aí vira que nem promessa de dieta: 'No ano que vem eu começo'". Por isso, aqueles que não têm uma reserva já destinada ao pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), além da matrícula e do material escolar dos filhos, deve destinar parte do 13º para este fim. 

      Para quem tem dificuldades para guardar dinheiro e está mais tentado a gastar tudo que ganha, independentemente do salário ser modesto ou milionário, Massaro oferece uma visão pé no chão do ato de poupar. "A pessoa deve criar uma regra realista, que ela consiga cumprir para não ficar desmotivada, deve estabelecer uma quantia determinada que ela vai conseguir guardar todo mês e, assim, se disciplinar para investir", orienta o educador financeiro. "Somos mais tentados a furar com a gente mesmo porque não tem punição, como os juros do cartão ou do cheque especial", assinala. "Mas fazer isso é deixar na mão a pessoa mais importante, que é ela mesma".

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